“Ela lhes diz: ‘Levaram o meu
Senhor e não sei onde o colocaram!”
(Jo 20, 13).
Quando uma pessoa encontra a adorável face de Jesus Cristo,
não suporta mais viver longe desse amor eterno.
Santa Maria Madalena pertence a esse grupo de pessoas
apaixonadas por Nosso Senhor; não com aquela devoção melosa e superficial
que acaba diante de uma provação; mas o seu amor por Nosso Senhor era
verdadeiro, a ponto de chamá-Lo de “meu Senhor”.
Só possui força para chamar Cristo de “meu Senhor”,
quem vive mergulhado em Seu Amor, que anda em perfeita união com Ele e já
pisou as vaidades e máximas do mundo.
A alma apaixonada chama Cristo Jesus de “meu Senhor”
porque não aceita outro senhor. Jesus é tudo para ela, Ele a satisfaz
plenamente: “Entre dentro de si e trabalhe na
presença do Esposo, que está sempre presente e lhe quer bem”
(São João da Cruz, Ditos de Luz e Amor, 88).
Santa Maria Madalena é uma alma grata. Sabia o bem que o
Senhor lhe havia feito, expulsando de sua alma muitos demônios e também
perdoando todos os seus pecados. O seu coração se escancarou para a graça, e
a mesma deixou o amor de Cristo encher a sua alma imortal; por isso, O chama
de “meu Senhor”.
Querido Jesus, “meu Senhor”, queremos estar sempre
mergulhados em Ti, oceano infinito! Nada queremos com o mundo e muito menos
com as falsas criaturas. Para Te chamar de “meu Senhor”, é preciso
que sejamos fiéis a Ti; aquele que possui outros senhores no coração não
poderá dizer que Tu és o seu Senhor.
Querido Senhor, quem possui um coração apegado ao mundo, além
de não Te possuir é um adúltero. Ele possui uma alma feia, porque o mundo é
uma fumaça negra que tira o brilho e a beleza da alma:
“Todo o ser das criaturas comparado ao ser
infinito de Deus nada é… Esta alma tão apegada às criaturas não poderá de
forma alguma unir-se ao ser infinito de Deus, porque não pode existir
conveniência entre o que é e o que não é… A alma, presa pelos encantos de
qualquer criatura, é sumamente feia diante de Deus, e não pode de forma
alguma transformar-se na verdadeira beleza que é Deus, pois a fealdade é de
todo incompatível com a beleza” (São João da Cruz, Subida
do Monte Carmelo, Livro I, Cap. IV, 4).
Doce Amigo, ajude-nos a correr sempre ao Vosso encontro e que
nada desse mundo atrapalhe a nossa união.
Tu és a verdadeira felicidade... não existe motivo para Te
abandonar; se isso acontecesse, somente nós seríamos prejudicados:
“Perdido Deus, tudo está perdido”
(Santo Afonso Maria de Ligório).
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C).
Anápolis, 18 de maio 2003
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