“Assim como a corça suspira por águas correntes” (Sl 41, 2), também a nossa pobre alma suspira noite e dia pela Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela deseja matar a sua sede bebendo da água cristalina que emana da Bendita Paixão, que é a sua misericórdia. Nessa corrente puríssima a nossa alma se deleita e não sente desejo de procurar outras correntes.

“Minha alma tem sede” (Sl 41, 3). Sede da Santíssima e Bendita Paixão de Jesus, sede de mergulhar nesse lago de paz e de doçura e ali beber de sua ternura e do seu amor até não querer mais outra coisa ou ocupação senão esta: repousar dia e noite nesta Abençoada Paixão.

“As lágrimas são meu pão noite e dia” (Sl 41, 4). Choramos de amor pela Sagrada Paixão de Jesus Cristo. A criança chora desesperadamente de saudade da mãe, espera com ansiedade os seus beijos e os seus abraços; a nossa alma também chora e se entristece quando está longe da Paixão de Jesus e toda amargurada espera os carinhos da Paixão do Servo Sofredor. A Paixão do Senhor enxuga as nossas lágrimas e nos fortalece nas horas de angústias.

“Minha alma curva-se em mim, e por isso eu me lembro de ti” (Sl 41, 7). Como uma criança inquieta, a nossa alma curva-se pedindo para beber da Sagrada Paixão do Amado Jesus, para se alimentar desse leite da misericórdia que é mais saboroso do que qualquer outro leite existente na face da terra. Esse leite que fortalece e que dá coragem, esse leite que ensina que não é no desespero que está a salvação, e sim, na confiança em Jesus Cristo. Lembremo-nos da Santa e Bendita Paixão de Jesus e cheios de confiança mergulhemos a nossa alma nesse mar de doçura e de tranquilidade, e assim, ela se sente consolada e não precisamos mais dizer: “Por que te curvas, ó minha alma, gemendo dentro de mim?” (Sl 41,12).

Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)

Anápolis – Go, 26 de outubro de 1998