Santo Agostinho diz: “A paixão de Nosso Senhor é penhor de glória e lição de paciência”
(Sermão Guelferbytanus 3: PLS 2, 545-546).
O católico que vive unido à Bendita Paixão de Nosso Senhor suporta tudo com paciência porque já aprendeu a sofrer.
A Paixão de Nosso Senhor nos ensina que não é na gritaria e violência que está a sabedoria; e sim, em suportar tudo com calma, em silêncio e com uma perseverante paciência.
O porco espinho quando não é atacado é um animal manso e tranquilo, mas quando é encurralado fica feroz e lança os seus espinhos contra quem o provocou.
O mesmo acontece com o católico que vive longe da Paixão do Salvador, fonte de paciência. Quando vai tudo bem, quando é elogiado e servido fica tranquilo e sorridente; mas, se é criticado e perseguido vomita todo o seu azedume e sua indigestão... porque não apóia na Sagrada Paixão de Nosso Senhor, mas na sua própria força.
A alma unida à Santa Paixão de Jesus é como uma pedra no mar, por mais que se agitam as ondas não sai do lugar ficando ali séculos e séculos.
A alma que bebe da Paixão de Cristo é paciente, tranquila e perseverante. Ela é uma rocha... por mais que o mundo lance suas ondas furiosas contra a mesma, esta permanece tranquila e firme, porque na Amável Paixão de Nosso Senhor encontra força e exemplo para lutar contra os ventos contrários.
O católico que vive mergulhado na Boníssima Paixão do Senhor carrega as cruzes com o máximo de paciência. Tem as calúnias, críticas, desprezos, etc., como pérolas preciosas e prefere mil vezes morrer que ficar sem sofrer.
A Sagrada Paixão de Jesus Cristo é uma lição de paciência. O católico que mergulha n’Ela aprende:
- Não alterar a voz diante de uma zombaria ou xingo;
- Não se agitar externa e interiormente diante de uma perseguição cruel;
- Suportar tudo calado a exemplo de Cristo Crucificado;
- Temperar as respostas com caridade e boa educação;
- Contemplar o crucifixo antes de dar uma punição;
- Repreender aquele que comete erro com o máximo de paciência.
Quem não vive unido à Bendita Paixão de Nosso Senhor está sempre com o coração agitado... tudo o que acontece de negativo é motivo para se desesperar e vomitar inúmeras palavras pesadas. A sua vida é um oceano agitado e as palavras são pesadas como a bigorna. Seu semblante está sempre fechado, parece uma nuvem negra prestes a derramar um terrível aguaceiro sobre a terra e sua voz é de desprezo.
Este é o retrato falado do católico que vive longe da Bendita e Santa Paixão de Nosso Senhor.
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)
Anápolis, 07 de abril de 2000
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