“Sabendo Jesus tudo o que lhe aconteceria, adiantou-se e lhes disse: ‘A
quem procurais?’”
(Jo
18, 4).
Nosso Senhor não ficou mudo diante dos perseguidores, mas
perguntou-lhes: “A quem procurais?”
(Jo
18, 4).
Não podemos ficar calados diante da fúria dos inimigos:
“Recuar diante do inimigo ou calar, quando de
toda parte se ergue tanto alarido contra a verdade, é próprio de homem
covarde ou de quem vacila no fundamento de sua crença. Qualquer destas
coisas é vergonhosa em si; é injuriosa a Deus; é incompatível com a
salvação tanto dos indivíduos, como da sociedade e só é vantajosa aos
inimigos da fé, porque nada tanto afoita a audácia dos maus, como a
pusilanimidade dos bons” (Leão XIII).
Judas Iscariotes estava com eles… na frente. O lobo ouviu a voz do
Cordeiro; o seu coração tremeu, mas não esmoreceu. Todos ouviram a voz
do Deus Eterno, mas não abriram o coração… persistiram no ódio contra o
Salvador.
Nosso Senhor lança diariamente essa pergunta para todos os homens:
“A quem procurais?”
(Jo
18, 4).
Devemos abrir o nosso coração para o Salvador e responder com
sinceridade e imediatamente: Procuramos a Ti, Senhor… procuramos o
Deus que cuida de nós com amor, o Salvador que nos sustenta na luta
contra a carne, o mundo e o demônio. Procuramos o Senhor, Fonte da
verdadeira alegria… da mais pura felicidade.
Disse o Senhor: “A quem procurais?”
(Jo
18, 4).
Não devemos procurar o Senhor com a “espada” do pecado nem com os
“paus” da rebeldia e ingratidão. Não devemos imitar o péssimo
exemplo de Judas que caminhou à frente dos perseguidores para entregar o
Salvador. Procuremos a Jesus Cristo com o coração cheio de amor, amor
verdadeiro… amor que não se vende, amor fiel.
A
Luz Eterna disse para aqueles que estavam mergulhados nas trevas do
ódio: “A quem procurais?”
(Jo
18, 4).
A Luz Infinita não se escondeu, porque deve brilhar sempre… brilhar para
mostrar a todos o caminho da salvação, principalmente para aqueles que
vivem no pecado.
“A quem procurais?”
Como se falasse: Eu nunca busquei cantos escuros… nunca fugi dos meus
perseguidores… não busquei a escuridão para esconder-me… não deixei de
fazer a vontade do Pai por causa das perseguições.
O
Senhor foi ao encontro deles e falou-lhes. Está claro que a verdade não
pode deixar a mentira triunfar… a sinceridade não pode ser vencida pela
falsidade… Deus não pode ser pisado pelas criaturas maldosas, invejosas
e rebeldes.
Jesus Cristo não tremeu nem se intimidou diante de uma multidão furiosa
e armada com espadas e paus. Ele, o Deus Bondoso, estava “fortemente”
armado com as “armas” do amor e do perdão.
Sejamos corajosos a exemplo do Senhor, enfrentando os nossos
perseguidores não com ódio e vingança; mas sim, com o amor verdadeiro,
com o perdão sincero… e com mansidão.
Os
inimigos viram o Salvador… ouviram a sua voz… e permaneceram com o
coração fechado. Deixaram passar essa grande oportunidade… como é
perigoso deixar passar a oportunidade!
Judas Iscariotes, aquele que fez milagres, que pregou a Boa Nova… que
ouviu várias pregações feitas pelo Senhor, e também viu muitos milagres
feitos por Ele… agora está do outro lado… deixou de seguir a Luz para
seguir as trevas… jogou tudo fora! Está do outro lado… jogou tudo fora,
porque viveu sempre às margens… não se entregou de corpo e alma ao
Senhor.
Judas, antes, caminhava com a Luz Eterna; agora, é um cego que guia
outros cegos… caminha na escuridão e é guia de uma multidão cega pelo
ódio.
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
Anápolis, 28 de setembro de 2017
|