“Responderam: ‘Jesus, o Nazareu’”
(Jo
18, 5).
Estavam procurando a Jesus Cristo, Deus Bendito, não para adorá-lo…
segui-lo… servi-lo; mas sim, para prendê-lo… matá-lo.
Hoje, infelizmente, muitos buscam conhecer a Jesus Cristo, nosso
Salvador, não por amor, mas por ódio… para tentar destruí-lo nos
corações.
“Jesus, o Nazareu”.
O Nazareu ou de Nazaré era o nome popular. Ele foi chamado assim
pelo cego, pelo endemoninhado de Cafarnaum, pelos discípulos de Emaús,
por Pedro no sermão de Pentecostes (At 2, 22) e pelo anjo no
anúncio da ressurreição (Mc 16, 6). A criada que pergunta a
Pedro, e ele o nega, usa o mesmo nome. A ordem que levaram era de
prender “a Jesus de Nazaré”
(Jo
19, 19).
“Responderam: ‘Jesus, o Nazareu’”
(Jo
18, 5).
Os que viviam mergulhados nas trevas buscavam a Luz Eterna, com a
intenção de apagá-la com o “veneno” da inveja.
Saíram de Jerusalém e foram até o Getsêmani… na escuridão… não para
ouvir os conselhos do Senhor ou para rezar com Ele; mas sim, para
prendê-lo. A luz do bom exemplo incomoda aqueles que vivem nas trevas:
“Cerquemos o justo, porque nos incomoda e se
opõe às nossas ações, nos censura as faltas contra a Lei, nos acusa de
faltas contra a nossa educação. Declara ter o conhecimento de Deus e se
diz filho do Senhor”
(Sb
2, 12-13).
Não foram buscar os bandidos, assassinos, ladrões, prostitutos e outras
pessoas que trilhavam o caminho das trevas… que perturbavam os moradores
de Jerusalém; mas sim, foram perseguir o Deus Amoroso que estava rezando
e sofrendo na solidão do Getsêmani. Quem segue e serve o mundo, odeia a
Deus e os seus amigos… o mundo é “gentil” com aqueles
que vivem nas trevas… mas é violento com os amigos da luz.
As
criaturas pecadoras, invejosas e fracas estavam procurando o Nazareu…
“Jesus, o Nazareu”.
Quanto atrevimento! Os filhos das trevas procuram o Filho de Deus… o
Nazareu, que se fez homem, tomando um corpo e uma alma, como nós, nas
puríssimas entranhas da Virgem Maria, por obra do Espírito Santo.
Quanta rebeldia! As criaturas limitadas procuram o Criador… o Nazareu,
para prendê-lo. Querem prender aquele que sempre existiu.
“Jesus, o Nazareu”
(Jo
18, 5),
como Deus, existiu sempre; como homem, começou a existir desde o momento
da encarnação.
Quanta cegueira! Os infelizes não conseguiam enxergar a grandeza do
Nazareu… que antes de se encarnar no seio de Maria era puríssimo
espírito… que antes de se encarnar, não existia Jesus Cristo, como
Homem-Deus, mas só o Filho de Deus, puríssimo espírito.
Olhavam para Nosso Senhor com desprezo… como se fosse uma criatura
miserável, pecadora e fraca.
“Responderam: ‘Jesus, o Nazareu”
(Jo
18, 5).
Estavam procurando o Nazareu… aquele que nasceu em Belém da Judéia…
aquele que nasceu como homem! Com lágrimas nos olhos, com dores no
delicado corpo, com frio em todos os membros e com falta de tudo! Aquele
que nasceu como servo e não como rei, nasceu na humilhação, nasceu com
toda a sua divina grandeza encoberta.
Não somente um, mas todos responderam:
“Jesus, o Nazareu”
(Jo
18, 5).
O ódio “fervia” no coração de todos contra o Senhor que nasceu
numa gruta úmida e fria, onde faltava o aconchego do lar doméstico, um
berço, o asseio… faltava tudo!
Procuravam o Senhor que nasceu nas horas mortas da noite, quando todos
dormiam, quando ninguém o esperava, quando os homens, cansados uns do
trabalho, outros dos divertimentos, se entregavam ao sono. Odiavam o
Senhor que não esperou que fosse dia para nascer, a fim de não ser visto
e conhecido… Deus humilde!
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
Anápolis, 12 de outubro de 2017
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