Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

77 - A Paixão de Jesus enche de “santo” atrevimento

 

 

“Responderam: ‘Jesus, o Nazareu’” (Jo 18, 5).

 

Estavam procurando a Jesus Cristo, Deus Bendito, não para adorá-lo… segui-lo… servi-lo; mas sim, para prendê-lo… matá-lo.

Hoje, infelizmente, muitos buscam conhecer a Jesus Cristo, nosso Salvador, não por amor, mas por ódio… para tentar destruí-lo nos corações.

“Jesus, o Nazareu”. O Nazareu ou de Nazaré era o nome popular. Ele foi chamado assim pelo cego, pelo endemoninhado de Cafarnaum, pelos discípulos de Emaús, por Pedro no sermão de Pentecostes (At 2, 22) e pelo anjo no anúncio da ressurreição (Mc 16, 6). A criada que pergunta a Pedro, e ele o nega, usa o mesmo nome. A ordem que levaram era de prender “a Jesus de Nazaré” (Jo 19, 19).

“Responderam: ‘Jesus, o Nazareu’” (Jo 18, 5). Os que viviam mergulhados nas trevas buscavam a Luz Eterna, com a intenção de apagá-la com o “veneno” da inveja.

Saíram de Jerusalém e foram até o Getsêmani… na escuridão… não para ouvir os conselhos do Senhor ou para rezar com Ele; mas sim, para prendê-lo. A luz do  bom exemplo incomoda aqueles que vivem nas trevas: “Cerquemos o justo, porque nos incomoda e se opõe às nossas ações, nos censura as faltas contra a Lei, nos acusa de faltas contra a nossa educação. Declara ter o conhecimento de Deus e se diz filho do Senhor” (Sb 2, 12-13).

Não foram buscar os bandidos, assassinos, ladrões, prostitutos e outras pessoas que trilhavam o caminho das trevas… que perturbavam os moradores de Jerusalém; mas sim, foram perseguir o Deus Amoroso que estava rezando e sofrendo na solidão do Getsêmani. Quem segue e serve o mundo, odeia a Deus e os seus amigos… o mundo é “gentil” com aqueles

que vivem nas trevas… mas é violento com os amigos da luz.

As criaturas pecadoras, invejosas e fracas estavam procurando o Nazareu… “Jesus, o Nazareu”.

Quanto atrevimento! Os filhos das trevas procuram o Filho de Deus… o Nazareu, que se fez homem, tomando um corpo e uma alma, como nós, nas puríssimas entranhas da Virgem Maria, por obra do Espírito Santo.

Quanta rebeldia! As criaturas limitadas procuram o Criador… o Nazareu, para prendê-lo. Querem prender aquele que sempre existiu. “Jesus, o Nazareu” (Jo 18, 5), como Deus, existiu sempre; como homem, começou a existir desde o momento da encarnação.

Quanta cegueira! Os infelizes não conseguiam enxergar a grandeza do Nazareu… que antes de se encarnar no seio de Maria era puríssimo espírito… que antes de se encarnar, não existia Jesus Cristo, como Homem-Deus, mas só o Filho de Deus, puríssimo espírito.

Olhavam para Nosso Senhor com desprezo… como se fosse uma criatura miserável, pecadora e fraca.

“Responderam: ‘Jesus, o Nazareu” (Jo 18, 5).

Estavam procurando o Nazareu… aquele que nasceu em Belém da Judéia… aquele que nasceu como homem! Com lágrimas nos olhos, com dores no delicado corpo, com frio em todos os membros e com falta de tudo! Aquele que nasceu como servo e não como rei, nasceu na humilhação, nasceu com toda a sua divina grandeza encoberta.

Não somente um, mas todos responderam: “Jesus, o Nazareu” (Jo 18, 5). O ódio “fervia” no coração de todos contra o Senhor que nasceu numa gruta úmida e fria, onde faltava o aconchego do lar doméstico, um berço, o asseio… faltava tudo!

Procuravam o Senhor que nasceu nas horas mortas da noite, quando todos dormiam, quando ninguém o esperava, quando os homens, cansados uns do trabalho, outros dos divertimentos, se entregavam ao sono. Odiavam o Senhor que não esperou que fosse dia para nascer, a fim de não ser visto e conhecido… Deus humilde!

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 12 de outubro de 2017