“Responderam: ‘Jesus, o Nazareu’”
(Jo
18, 5).
Não estavam procurando uma criatura pecadora, limitada, cheia de
defeitos… mas sim, o Deus Bendito, Eterno, Poderoso, Imenso… Senhor do
céu e da terra. Estavam procurando Jesus Cristo, Deus Infinito.
Como é triste quando uma criatura não reconhece a sua pequenez e
limitação! O verme procurando o Deus Eterno para prendê-lo… quanto
orgulho!
Quem odeia a Deus perde todo o respeito e temor pelo Criador… luta
furiosamente para destruí-lo, mesmo sabendo que isso é impossível.
Estavam, com o coração cheio de revolta, procurando o Nazareu… aquele
que não esperou que fosse dia para nascer, a fim de não ser visto e
conhecido… o Senhor que nasceu de noite para que, despertando a
humanidade com o raiar da aurora, encontrasse já nascido o sol de Israel
que lhe vinha trazer a salvação.
Procuravam o Senhor que nasceu no mais completo abandono… o Deus
Infinito… o Salvador que viveu pobre e desprezado pelos homens, que
obedeceu a Nossa Senhora e São José na casa em Nazaré… o Senhor que quis
que seu Santo Corpo fosse lavado nas águas do Rio Jordão.
Procuravam o Manso Cordeiro que permaneceu quarenta dias e quarenta
noites no deserto… em silêncio e jejum… o Senhor que fora tentado pelo
diabo, que escolheu doze apóstolos, que passava noites inteiras em
oração… o Salvador que ressuscitou os mortos… que fez muitos milagres…
que andou pelas estradas poeirentas da Palestina ensinando e abençoando…
fazendo o bem a todos.
Procuravam o Senhor que era amado e odiado… o Salvador que era seguido
por duas multidões: uma para ouvi-lo com atenção e respeito; outra para
persegui-lo e odiá-lo.
A
fraqueza procurava o Poder para prendê-lo… a ignorância queria
“sufocar” a Sabedoria… a escuridão buscava a Luz para “apagá-la”…
o ódio procurava o Amor para destruí-lo… a agitação queria fazer a Paz
desaparecer.
Como é perigoso se aproximar do Nazareu e permanecer com o coração
fechado para o seu amor… Ele é o Bom Pastor, mas não força… não invade o
coração de ninguém. Nosso Senhor respeita a nossa liberdade.
Disseram o nome do Senhor: “Jesus, o Nazareu”,
somente com os lábios… mas o coração permanecia fechado para Ele.
Para se salvar não basta dizer o nome do Salvador, mas é preciso abrir o
coração para Ele e imitá-lo em tudo: “Nem
todo aquele que me diz “Senhor, Senhor” entrará no Reino dos Céus, mas
sim, aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus”
(Mt
7, 21).
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
Anápolis, 19 de outubro de 2017
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