“… e, com eles, dois outros; um de cada lado e Jesus no meio”
(Jo
19, 18).
São Dimas, o bom ladrão, e Gestas, o mau ladrão, foram criados por Deus
para viverem um determinado tempo nesse mundo. Que tipo de rastros eles
deixaram? Rastros de luz ou de trevas?
São Dimas iniciou mal… caminhou na escuridão e morreu bem.
Gestas iniciou mal… viveu nas trevas e morreu longe de Deus.
São Dimas deixou uma história de trevas e luz… de pecados e de
arrependimento… de derrota e de vitória. Ele “diz” a todos com o
seu bom exemplo na cruz, que a santidade está ao alcance de todos…
também dos grandes pecadores.
Feliz de São Dimas que se converteu e deixou bons rastros nesse mundo.
Gestas viveu nas trevas… não se arrependeu, morreu longe do Senhor… e
deixou rastros de escuridão.
São Dimas e Gestas viveram no mundo do crime, longe da Luz Eterna, Deus.
São Dimas, no último momento, abandonou as trevas… abriu o coração para
a Luz, Jesus Cristo, e deixou rastros de luz que jamais se apagarão.
Infeliz do mau ladrão, Gestas, que deixou rastros de escândalos e de
sangue nesse mundo. Ele foi criado por Deus para deixar rastros que
edificam… mas não quis, fechou o coração para a graça e morreu na
desgraça.
Os
rastros que São Dimas deixou no Calvário são profundos; nem as
“ondas” furiosas dos seus crimes cometidos no passado conseguirão
apagá-los. Ele é lembrado com “saudade”, porque deixou profundos
rastros de luz… rastros “eternos”… ninguém conseguirá apagar
essas palavras: “Quanto a nós, é de justiça;
estamos pagando por nossos atos; mas ele não fez nenhum mal”
(Lc
23, 41).
Gestas, o mau ladrão, deixou rastros de trevas… rebeldia… ninguém
esquecerá dessas palavras ditas por ele:
“Não
és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós” (Lc
23, 39).
Gestas, pecador rebelde e atrevido, deixou rastros negros e apavorantes.
São Dimas deixou rastros negros, tortos e de sangue na juventude… mas
endireitou-os antes da morte. Gestas, o mau ladrão, não quis… e morreu
sem se arrepender.
São Dimas não morreu longe do Salvador… morreu na amizade de Deus,
deixando rastros de luz. Nem o tempo consegue apagar os rastros das boas
obras.
Gestas deixou rastros de trevas, porque morreu longe de Cristo, Luz do
mundo. Somente os amigos de Deus deixam rastros imitáveis.
Abrindo o coração para a graça e reconhecendo Cristo Jesus como
Salvador, São Dimas “apagou” os rastros de trevas usando os
rastros de luz.
Aquele que deixa rastros luminosos nesse mundo, brilhará como estrela no
céu para sempre. São Dimas é essa “estrela” que brilha no céu;
enquanto que Gestas arde nas chamas do inferno para sempre.
São Jerônimo diz: “Muitos começam bem, mas
poucos são os que perseveram”.
São Dimas e Gestas começaram mal… viveram mal. São Dimas terminou bem…
Gestas, não: “Nos cristãos não se procura o
princípio, mas o fim” (São Jerônimo).
O
bom ladrão se salvou porque se converteu no último momento:
“O Senhor não exige somente o começo da boa
vida, quer também o bom termo; o fim é que alcançará a recompensa”
(São Jerônimo).
Para uma pessoa deixar rastros luminosos, não significa que tenha de ser
impecável e infalível; mas sim, desejosa e “perseguidora” da
perfeição.
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
Anápolis, 03 de novembro de 2017
|