“… e, com eles, dois outros; um de cada lado e Jesus no meio”
(Jo
19, 18).
São Dimas, o bom ladrão, reconhece a Jesus Cristo como Salvador… abre o
coração para a graça, expulsa as trevas do mesmo… e começa a
evangelizar. Olha para Gestas, o mau ladrão, e “luta” para
abrir-lhe o coração petrificado pelo ódio e revolta.
São Dimas, agora, na amizade com Deus, quer salvar a alma de Gestas:
“Uma alma inflamada do amor de Deus não consegue
ficar inativa”
(Santa Teresa do Menino Jesus).
Os pés e as mãos estão pregados na cruz, mas a língua “trabalha”:
“Nem sequer temes a Deus, estando na mesma
condenação? Quanto a nós, é de justiça; estamos pagando por nossos atos;
mas ele não fez nenhum mal”
(Lc
23, 40-41).
São Dimas “bate” no coração petrificado de Gestas para
esmorecê-lo… tudo em vão; mas ele não desanima:
“Jesus, lembra-te de mim, quando vieres com teu
reino” (Lc
23, 42).
Quem sabe agora, ouvindo essas palavras, Gestas abre o coração… não
podemos desistir do pecador: “Nunca devemos
considerar os homens como perdidos e sem esperança de salvação, nem
deixar de ajudar com todo empenho os que se encontram em perigo nem
demorar em prestar-lhes auxílio. Pelo contrário, reconduzamos ao bom
caminho os que se afastaram da verdadeira vida e alegremo-nos com a sua
volta à comunhão daqueles que vivem reta e piedosamente”
(Santo Astério de Amaséia),
e: “Aquele de quem desesperávamos, de repente
se converte e se torna ótimo”
(Santo Agostinho).
São Dimas “bateu” à porta do coração de Gestas, o mau ladrão, com
o “martelo” da verdade… não da melosidade, mentira e adulação.
O
bom ladrão não ficou calado diante da rebeldia e revolta do mau ladrão,
mas o repreendeu: “Mas o outro, tomando a
palavra, o repreendia” (Lc
23, 40).
Quem está com Jesus Cristo não pode se desculpar… mas deve evangelizar
com sinceridade e valentia. Deve evangelizar a todos com amor, paciência
e sinceridade: “Não há nada mais frio do que
um cristão que não se preocupa pela salvação dos outros”
(São João Crisóstomo).
São Dimas “roubou” o céu e queria também “roubar” o
coração de Gestas, o mau ladrão. Jesus Cristo, Deus Eterno, abriu o
Coração para ele: “… hoje estarás comigo no
Paraíso”
(Lc
23, 43);
mas Gestas permaneceu com o coração fechado.
Quem ama não desiste, mas trabalha com fervor para salvar as almas.
O
bom ladrão poderia “inventar” uma desculpa dizendo que estava na
cruz, sofrendo muito… mas não, lutou até o fim para salvar o “amigo”…
cumpriu o seu dever: “Não digas: não posso
ajudá-los, porque, se és cristão de verdade, é impossível que não o
possas fazer”
(São João Crisóstomo).
Antes, São Dimas era “missionário” da carne, do mundo e do
demônio; agora, na cruz… no Calvário… crucificado… tornou-se
missionário de Jesus Cristo, e começou com muito fervor e valentia o
trabalho pela salvação das almas.
O
verdadeiro missionário não reclama das dificuldades, dores, obstáculos,
perseguições… mas trabalha com fervor para a glória de Deus e pelo bem
das lamas… sem desânimo.
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
Anápolis, 10 de novembro de 2017
|