Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

88 - A Paixão de Jesus nos ensina a desprezar as glórias do mundo

 

 

“… e, com eles, dois outros; um de cada lado e Jesus no meio” (Jo 19, 18).

 

Mesmo na cruz, sofrendo… Gestas, o mau ladrão, olhava para a terra e desejava o mundo e suas máximas. Ele disse para Jesus: “Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós” (Lc 23, 39). Queria se livrar da cruz para seguir o vício e o pecado… a falsa liberdade.

São Dimas, o bom ladrão, olhava para o céu e o desejava ardentemente: “Jesus, lembra-te de mim, quando vieres com teu reino” (Lc 23, 42).

Feliz da pessoa que despreza as coisas caducas e passageiras desse mundo, para buscar com fervor a Eternidade Feliz… aquela que não tem fim.

Gestas voltou as costas para a verdadeira felicidade… e abriu o coração para o que passa.

São Dimas, o bom ladrão, contemplava a Santa Face do Salvador na cruz… ele queria mais… o seu coração se apaixonara pelo Senhor e ele quer contemplá-lo para sempre no céu… o desejo do céu invadiu o seu coração limitado e “varreu” dele os “amores” desse mundo; nele tem lugar somente para o Salvador de sua alma… Jesus Cristo “roubou” o seu coração.

São Dimas contempla a Face de Jesus Cristo toda desfigurada, coberta de Sangue, escarros e poeira… no céu será diferente, por isso ele o deseja ardentemente.

Ele quer estar com o Salvador para sempre no céu… ver todo o brilho da majestade de Jesus… face a face… não por três horas, como no Calvário, mas para sempre.

O bom ladrão ficou encantado… fascinado pelo Senhor… quer contemplar eternamente a formosura do seu Rosto no céu. Ele deseja o céu com todas as suas forças… não suporta mais ficar longe de Jesus Cristo, quer adorá-lo para sempre no céu. Quer gozar eternamente da deliciosa companhia de Jesus no céu… quer “voar” o quanto para a Glória Eterna: “Quando considero quanto se ganha morrendo, e quão pouco se perde perdendo a vida, não posso conter os meus veementes desejos; e digo a Deus: quando será, Senhor, que me tirareis deste mundo para me introduzir na minha pátria? (São Gregório de Nazianzo).

Feliz da pessoa que imita São Dimas desejando ardentemente o céu: “Porque aquele que não geme aqui na terra como peregrino, não se alegrará no céu como cidadão” (Santo Agostinho).

São Dimas estava na cruz, mas estava feliz… o seu coração desejava continuamente o céu: “O verdadeiro cristão vive com paciência e morre com gosto; a vida é para ele uma cruz, a morte um gozo” (Santo Agostinho).

O bom ladrão deixou para trás tudo o que havia roubado durante a vida; encontrou “algo” que não acabará nunca: o céu. Deseja o céu, somente o céu… essa eternidade é completa, não falta nada. Ele ama mais o céu que a terra! Quem encontrou a Face do Senhor não perde tempo com as coisas caducas da terra.

São Dimas sofre com alegria porque sabe que o céu é para sempre. Que são todos esses sofrimentos na cruz para uma alma desejosa da Felicidade Eterna? O sofrimento passa, mas a alegria do céu é para sempre.

O bom ladrão “sorri” e “zomba” do seu passado. Ele, agora, encontrou Cristo, o céu, a felicidade que não termina… e cheio de alegria, com os olhos fixos em Jesus crucificado, diz: Padeço, é verdade; mas que é isto em comparação da felicidade que me espera, da comparação da glória que gozarei, quando o meu corpo, transformado na semelhança do corpo do Salvador, for revestido de luz, resplandecente como o sol, impassível e imortal? Abençoado seja o padecimento que me alcançou tanta felicidade!

São Dimas, com o coração desejoso do céu, despreza o mundo e os seus “prêmios” caducos: “Quão desprezível me parece a terra, quando olho para o céu!” (Santo Inácio de Loiola).

O desejo pelo céu encheu o coração do bom ladrão de amor pelas almas… gostaria de salvar a todos, principalmente o mau ladrão, Gestas: “Se o trabalho mete medo, a recompensa anima” (Santo Agostinho).

Infeliz daquele que vive com as costas voltadas para o céu… que se esqueceu da Eternidade Feliz! Devemos desejar o céu de todo o coração… não reservar nada para esse mundo inimigo de  Deus e da santidade.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 17 de novembro de 2017