“… e, com eles, dois outros; um de cada lado e Jesus no meio”
(Jo
19, 18).
Mesmo na cruz, sofrendo… Gestas, o mau ladrão, olhava para a terra e
desejava o mundo e suas máximas. Ele disse para Jesus:
“Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a
nós” (Lc
23, 39).
Queria se livrar da cruz para seguir o vício e o pecado… a falsa
liberdade.
São Dimas, o bom ladrão, olhava para o céu e o desejava ardentemente:
“Jesus, lembra-te de mim, quando vieres com teu
reino” (Lc
23, 42).
Feliz da pessoa que despreza as coisas caducas e passageiras desse
mundo, para buscar com fervor a Eternidade Feliz… aquela que não tem
fim.
Gestas voltou as costas para a verdadeira felicidade… e abriu o coração
para o que passa.
São Dimas, o bom ladrão, contemplava a Santa Face do Salvador na cruz…
ele queria mais… o seu coração se apaixonara pelo Senhor e ele quer
contemplá-lo para sempre no céu… o desejo do céu invadiu o seu coração
limitado e “varreu” dele os “amores” desse mundo; nele tem
lugar somente para o Salvador de sua alma… Jesus Cristo “roubou”
o seu coração.
São Dimas contempla a Face de Jesus Cristo toda desfigurada, coberta de
Sangue, escarros e poeira… no céu será diferente, por isso ele o deseja
ardentemente.
Ele quer estar com o Salvador para sempre no céu… ver todo o brilho da
majestade de Jesus… face a face… não por três horas, como no Calvário,
mas para sempre.
O
bom ladrão ficou encantado… fascinado pelo Senhor… quer contemplar
eternamente a formosura do seu Rosto no céu. Ele deseja o céu com todas
as suas forças… não suporta mais ficar longe de Jesus Cristo, quer
adorá-lo para sempre no céu. Quer gozar eternamente da deliciosa
companhia de Jesus no céu… quer “voar” o quanto para a Glória
Eterna: “Quando considero quanto se ganha
morrendo, e quão pouco se perde perdendo a vida, não posso conter os
meus veementes desejos; e digo a Deus: quando será, Senhor, que me
tirareis deste mundo para me introduzir na minha pátria?
(São Gregório de Nazianzo).
Feliz da pessoa que imita São Dimas desejando ardentemente o céu:
“Porque aquele que não geme aqui na terra como
peregrino, não se alegrará no céu como cidadão”
(Santo Agostinho).
São Dimas estava na cruz, mas estava feliz… o seu coração desejava
continuamente o céu: “O verdadeiro cristão
vive com paciência e morre com gosto; a vida é para ele uma cruz, a
morte um gozo”
(Santo Agostinho).
O
bom ladrão deixou para trás tudo o que havia roubado durante a vida;
encontrou “algo” que não acabará nunca: o céu. Deseja o céu,
somente o céu… essa eternidade é completa, não falta nada. Ele ama mais
o céu que a terra! Quem encontrou a Face do Senhor não perde tempo com
as coisas caducas da terra.
São Dimas sofre com alegria porque sabe que o céu é para sempre. Que são
todos esses sofrimentos na cruz para uma alma desejosa da Felicidade
Eterna? O sofrimento passa, mas a alegria do céu é para sempre.
O
bom ladrão “sorri” e “zomba” do seu passado. Ele, agora,
encontrou Cristo, o céu, a felicidade que não termina… e cheio de
alegria, com os olhos fixos em Jesus crucificado, diz:
Padeço, é
verdade; mas que é isto em comparação da felicidade que me espera, da
comparação da glória que gozarei, quando o meu corpo, transformado na
semelhança do corpo do Salvador, for revestido de luz, resplandecente
como o sol, impassível e imortal? Abençoado seja o padecimento que me
alcançou tanta felicidade!
São Dimas, com o coração desejoso do céu, despreza o mundo e os seus
“prêmios” caducos: “Quão desprezível me
parece a terra, quando olho para o céu!” (Santo Inácio de Loiola).
O
desejo pelo céu encheu o coração do bom ladrão de amor pelas almas…
gostaria de salvar a todos, principalmente o mau ladrão, Gestas:
“Se o trabalho mete medo, a recompensa anima”
(Santo Agostinho).
Infeliz daquele que vive com as costas voltadas para o céu… que se
esqueceu da Eternidade Feliz! Devemos desejar o céu de todo o coração…
não reservar nada para esse mundo inimigo de Deus e da santidade.
Pe.
Divino Antônio Lopes FP (C)
Anápolis, 17 de novembro de 2017
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