“… e, com eles, dois outros; um de cada lado e Jesus no meio”
(Jo
19, 18).
São Dimas voltou as costas para o mundo e seus prazeres… expulsou do
coração tudo o que desagrada a Deus. Fixou os olhos em Cristo e no céu…
o seu coração está de “mãos” dadas com a Eternidade Feliz… ele a
deseja ardentemente.
São Dimas encontrou o Salvador da sua alma… e não quer mais abandoná-lo.
Quer contemplá-lo para sempre no céu.
O
mundo tornou-se pequeno para o seu coração desejoso do céu. As coisas
caducas desse mundo não entrarão mais no seu coração… ele agora pertence
somente a Cristo.
Gestas já decidiu… não quer Jesus Cristo… não quer o céu… o seu coração
está mergulhado na escuridão, não há nele espaço para a luz. Viveu na
rebeldia e vai morrer nas trevas.
O
coração do bom ladrão deseja somente o céu… quer adorar a Deus para
sempre… quer “recuperar” o tempo perdido… jogado fora.
Todos os homens desejam a felicidade… São Dimas também. Ele sabe que as
coisas caducas da terra não podem alegrar um coração sedento da
verdadeira felicidade: “Fora de Deus só há
alegria efêmera e paz ilusória” (Bem-aventurado Columba Marmion).
São Dimas, o bom ladrão, agora acredita na Vida Eterna, por isso a
deseja com toda a sua alma. Ele viveu por muitos anos mergulhado nas
trevas… agora quer somente a Luz Eterna.
O
bom ladrão agora é feliz! Ele encontrou o caminho do céu e se enveredou
por ele… o deseja de todo o coração e alma:
“Desejar o céu é o mesmo que desejar a Deus, nosso fim último”
(Santo Afonso Maria de Ligório),
e: “O grau mais alto de caridade a que pode
chegar uma alma nesta vida é desejar intensamente ir unir-se com Deus e
gozar d’Ele no céu”
(Santo Tomás de Aquino).
São Dimas foi escravo das coisas passageiras durante muitos anos, agora
quer adorar a Deus para sempre no céu:
“Enche
a alma do desejo de deixar a terra para unir-se perfeitamente a Deus no
céu, a fim de amá-lo com todas as suas forças” (Santo Afonso Maria de Ligório).
O
bom ladrão está na cruz… o seu coração está vazio das coisas que passam,
deixou tudo para trás… está desapegado de tudo e de todos, somente o céu
lhe interessa: “Na ordem espiritual, a pureza
de coração é uma condição necessária para desejarmos habitualmente o
céu; ao mesmo tempo, porém, é também uma consequência desse desejo, na
medida em que a alma, quanto mais orientada estiver para o céu, mais se
separará do que não lhe serve para alcançá-lo”
(Edouard Clerc).
O mesmo monge escreve: “O desejo do céu faz
nascer o desapego também na ordem material. Basta um mínimo de senso do
humor para percebermos que não é necessário estar sempre na vanguarda da
moda e que, ao mesmo tempo, é ridículo associar o desejo da vida eterna
aos pequenos comodismos daqui de baixo. As almas santas que vivem
desejosas do céu mostram-se livres em face de tudo e de si mesmas”.
São Dimas, na cruz, desejou o céu e não recuou, não retrocedeu. Aquele
que persevera no caminho estreito, que enfrenta as dificuldades,
provações e obstáculos, sem desanimar… deseja com sinceridade o céu.
Quem luta sem desistir deseja verdadeiramente a Vida Eterna.
O
caminho que conduz ao céu passa pelo Calvário… o bom ladrão está no
caminho certo: “A aceitação da dor não é
apenas um sinal de que desejamos o céu, mas o meio necessário para
alcançá-lo”
(Edouard Clerc).
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
Anápolis, 24 de novembro de 2017
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