Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

91 - A Paixão de Jesus nos fortalece no combate

 

 

“Perguntou-lhes, então, novamente: ‘A quem procurais?’ Disseram: ‘Jesus, o Nazareu’. Jesus respondeu: ‘Eu vos disse que sou eu. Se, então, é a mim que procurais, deixai que estes se retirem’, a fim de se realizar a palavra que diz: Não perdi nenhum dos que me deste” (Jo 18, 7-9).

 

Nosso Senhor disse: “Eu vos disse que sou eu”. Ele não ficou mudo nem se inclinou diante dos inimigos furiosos.

O Salvador é forte, modelo perfeito para os fracos e covardes.

Parece que Jesus Cristo fala com ironia para aqueles homens fracos: “Eu vos disse que sou eu”. O Senhor não recua… não foge… não tenta enganá-los naquela escuridão. O Cordeiro Inocente não teme os lobos furiosos. Se era a Jesus a quem buscavam… Ele estava diante deles.

Nada nesse mundo pode nos afastar do Salvador… ameaças, zombarias, desprezos… Se formos interrogados sobre a nossa fé, devemos dizer com coragem: “Eu vos disse que sou seguidor de Jesus Cristo”.

O Salvador disse para os inimigos que estavam diante d’Ele: “Eu vos disse que sou eu”. É um aviso da divina potência de Cristo para que reflexionem e vejam que era o que lhes impedia apoderar-se do homem que dizia ser Jesus, o Nazareu.

Nosso Senhor disse também: “Se, então, é a mim que procurais, deixai que estes se retirem”. Como se dissesse: Se não buscais somente a mim, mas também aos Apóstolos, já provei que posso defendê-los, porque somente com uma palavra derrubei-os por terra. Porém, se é a mim que buscais, deixarei que me prenda… contanto que deixeis estes se retirarem.

Teodoro de Heraclea escreve: “Como bom pai entre seus filhos, que os afastam do perigo, porque são fracos e desanimados, e cuida que se cumpra a palavra que havia dito: porém, Ele se entregou a si mesmo”.  Teofilacto escreve o mesmo. Muitas vezes Deus nos trata como crianças fracas e não permite que sejamos provados além das nossas forças. E quando nos tornamos fortes e robustos, nos exercita nos perigos. Assim fez com os Apóstolos, que não quis que eles fossem presos com Ele agora; talvez, como disse São Cirilo, se morressem com Ele, pareceria que lhes deveríamos parte da nossa redenção; e ordenou que logo, confortados pelo Espírito Santo, morressem por Ele, como comenta Teofilacto.

O Salvador quis ser preso sozinho, porque quis Ele só pisar o lagar. O Bom Pastor deu a vida pelas ovelhas… Ele colocou em prática o que havia ensinado.

São João Crisóstomo e Teofilacto perguntam: por que a multidão de inimigos não prendeu todos os Apóstolos, principalmente a Pedro, que havia irritado a muitos? A resposta é: Jesus Cristo, com o seu poder, não deixou que fossem presos. Sendo que antes o Senhor havia derrubado por terra aos que queriam prendê-lo.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 30 de novembro de 2017