Na Carta de São Paulo aos Filipenses 2,14-16
diz: “Fazei tudo sem murmurações nem
reclamações, para vos tornardes irreprováveis e puros, filhos de
Deus, sem defeito, no meio de uma geração má e pervertida, no
seio da qual brilhais como astros no mundo, mensageiros da
Palavra de vida”.
O comportamento de um cristão no meio daqueles
que por vezes podem andar de costas para Deus, há de ser
“irrepreensível e puro”, digno de um filho de Deus. Deste
modo iluminará por meio do seu trabalho e das suas relações
sociais “como luzeiro no meio do mundo”, iluminando a
todos com a luz de Cristo: “Que a tua
vida não seja uma vida estéril. – Sê útil. – Deixa rasto. –
Ilumina, com o resplendor da tua fé e do teu amor. Apaga, com a
tua vida de apóstolo, o rasto viscoso e sujo que deixaram os
semeadores impuros do ódio. – E incendeia todos os caminhos da
Terra com o fogo de Cristo que levas no coração”
(São Josemaría Escrivá). Os
primeiros cristãos não temiam o mundo, ainda que estivessem
rodeados de homens depravados e perversos. Ainda que fossem
cidadãos como os outros, com o seu modo de comportar-se animavam
sobrenaturalmente a sociedade de que faziam parte. Cumpriam na
prática o ensinamento do Senhor:
“Brilhe assim a vossa luz diante dos homens para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus”
(Mt 5, 16).
“Os cristãos não se distinguem dos
outros homens nem pela sua terra, nem pela sua língua, nem pelos
seus costumes. Porque nem habitam em cidades exclusivamente
suas, nem falam uma língua estranha, nem levam um gênero de vida
distante dos outros (...). Dizendo-o com simplicidade: o que é a
alma para o corpo, isto são os cristãos no meio do mundo”
(Carta a Diogneto, V, 1 e 2; VI, 1).
Agora, como então, os cristãos continuam a
ser no meio de todas as atividades dos homens um fermento de
vida espiritual e autenticamente humana. Nenhuma realidade lhes
há de ser indiferente (Edições
Theologica).
Além das muitas razões humanas que estão na
origem deste comportamento, os fiéis têm também numerosos
motivos sobrenaturais, derivados da sua fé, para iluminar com a
sua conduta todos os homens: “Cada
cristão deve tornar Cristo presente entre os homens; deve viver
de tal maneira que todos com quem contate sintam o bom odor de
Cristo (2 Cor 2, 15); deve atuar de forma que, através das ações
do discípulo, se possa descobrir o rosto do Mestre”
(São Josemaría Escrivá).
Ninguém pode ser luz vivendo longe de Deus...
vivendo com o pecado mortal na alma. Uma lâmpada que está
queimada não pode iluminar uma sala; o mesmo acontece com uma
pessoa que está morta espiritualmente... em pecado mortal... ela
jamais iluminará o próximo, porque está “queimada” diante de
Deus: “Se uma casa não for habitada
pelo dono ficará sepultada na escuridão, desonra e desprezo,
repleta de toda espécie de imundície. Também a alma, sem a
presença de seu Deus e dos anjos que nela jubilavam, cobre-se
com as trevas do pecado, de sentimentos vergonhosos e de
completa ignomínia” (São Macário).
Deus quer que sejamos astros luminosos: no
seio da qual brilhais como astros no mundo... não chamas
tímidas e pequenas. Esse mundo materialista, pagão e
cheio de golpistas, necessita de astros luminosos.
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)
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