Disse Jesus Cristo:
“Se alguém quer vir após mim, renuncie a
si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me”
(Lc 9, 23).
O Salvador disse a todos:
“…
tome a sua cruz cada dia…”
(Lc 9, 23). Está claro que não
basta carregar a cruz uma vez por semana… por mês… por ano… uma
vez na vida… mas é preciso carregá-la todos os dias… carregá-la,
não arrastá-la:
“A Cruz de cada dia. Não só em tempo de
perseguição ou quando se apresenta a possibilidade do martírio,
mas em todas as situações, em todas as atividades, em todos os
pensamentos, em todas as palavras, neguemos aquilo que antes
éramos e confessemos o que agora somos, visto que renascemos em
Cristo” (São Jerônimo, Epístola 121, 3).
São Josemaría Escrivá ensina:
“A cruz de cada dia…
nenhum dia sem Cruz: nenhum dia que não carreguemos com a Cruz
do Senhor, em que não aceitemos o seu jugo”
(Cristo que passa, n.ºs 58 e 176).
São João Maria Vianney escreve:
“É muito certo que aquele que ama os prazeres, que busca as suas
comodidades, que foge das ocasiões de sofrer, que se inquieta,
que murmura, que repreende e se impacienta porque a coisa mais
insignificante não corre segundo a sua vontade e o seu desejo,
tal pessoa, de cristão só tem o nome; somente serve para
desonrar a sua religião, pois Jesus Cristo disse: aquele que
queira vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos
os dias da vida, e siga-me”
(Sermões escolhidos, Quarta-feira de Cinzas).
A cruz não só deve estar presente na vida de
cada cristão, mas também em todas as encruzilhadas do mundo:
“Que formosas essas cruzes no cimo dos
montes, no alto dos grandes monumentos, no pináculo das
catedrais!… Mas também é preciso inserir a Cruz nas entranhas do
mundo. Jesus quer ser levantado ao alto, aí: no ruído das
fábricas e das oficinas, no silêncio das bibliotecas, no fragor
das ruas, na quietude dos campos, na intimidade das famílias,
nas assembleias, nos estádios… Onde quer que um cristão gaste a
sua vida honradamente, aí deve colocar, com o seu amor, a Cruz
de Cristo, que atrai a si todas as coisas”
(São Josemaría Escrivá, Via-Sacra, XI, n.º 3).
O Pe. Francisco Fernández Carvajal ensina:
“A união com Deus através das
adversidades, sejam de que gênero forem, é uma graça que Deus
está disposto a conceder-nos sempre; mas, como todas as graças,
exige o exercício da nossa liberdade, a nossa correspondência,
que não desprezemos os meios que o Senhor põe ao nosso alcance,
particularmente que saibamos abrir a alma na direção espiritual
se alguma vez a Cruz nos parece excessivamente pesada”
(Falar com Deus, 2).
Santa Elisabete da Trindade assim “cantou” o
Hino ao sofrimento: “Fere, fere, ó
tão caro sofrimento, fere, fere, ó querida dor. Tu que não
poupaste o Salvador, sê aqui na terra minha doce esperança.
Fere, não posso viver sem ti, fere, a fim de que Jesus encontre
em mim uma crucificada à sua imagem,
que beba com Ele a amarga bebida. Fere, a fim de que tenha a
grande felicidade de me assemelhar a Nosso Senhor, ao doce
Jesus, meu divino modelo, Jesus! Felicidade da alma fiel. Fere,
saboreio tuas delícias na prova e no sacrifício, visto que quero
consolar o Coração de Jesus, meu Bem-Amado Salvador. Não foste
divinizada ó dor, pelo Deus crucificado, Jesus chorando
durante a agonia, Jesus, que por mim dá a vida? Quero tanto dar
a minha, a este Deus pobre, a este Deus sofredor,
a Jesus humilhado, Jesus moribundo, mas, que sua graça me
sustente!… Porque nada posso sem seu socorro, mas com Ele
que me fortifica serei forte, forte sempre, para
amar, sofrer toda a minha vida”
(Obras Completas).
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)
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