Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

MENSAGEM Nº 29

(01/03/2018)

 

 

 

Disse Jesus Cristo: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me” (Lc 9, 23).

Nosso Salvador, Deus Bendito e Santo, sofreu desde o ventre materno... e a nossa vida não pode ser diferente. De si mesmo Ele havia dito: “É necessário que o Filho do homem padeça muitas coisas, seja rejeitado... levado à morte e ressuscite no terceiro dia” (Lc 9, 22). Assim, pela primeira vez, o Senhor havia revelado o mistério de sua Páscoa, de sua passagem do sofrimento e da morte à ressurreição, à glória eterna.

Eis a obrigação de todos os seus fiéis: tomar a própria cruz e seguir a Cristo até morrer com Ele e, portanto, com Ele e n’Ele ressuscitar. Eis o único modo de celebrar o mistério pascal, não somente como espectadores, mas como atores que dele participam pessoal e vitalmente. A cruz e as tribulações que sempre acompanham a vida do homem recordam ao cristão o único itinerário da salvação e, portanto, da verdadeira vida.

Quem se revolta contra a cruz, recusa a mortificação, alimenta as paixões e quer, a todo custo, garantir para si uma vida cômoda, feliz, este vai ao encontro do pecado e, portanto, da morte do espírito. Quem, ao contrário, está disposto a renegar a si mesmo até sacrificar a própria vida, entregando-a com generosidade ao serviço de Deus e dos irmãos, mesmo se houvesse, por isso, de perdê-la no tempo, salvá-la-á para a eternidade: “Pois, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vem a perder-se a si mesmo?” (Lc 9, 25).

Escolher a vida é seguir a Jesus, renegando a si mesmo e levando a cruz. Mas não é tanto a mortificação, a renúncia de si que valem, e sim, o abraçá-las “por mim”, disse o Senhor, ou seja, por seu amor, no desejo de conformar-se com sua Paixão, Morte e, portanto, com sua Ressurreição. E isto não só pela própria salvação eterna, mas, sobretudo, por aquela exigência íntima do amor que impele a participar, em tudo, da vida da pessoa amada. Como Jesus sofreu, morreu e ressuscitou pela salvação de todos os homens, assim quer o cristão participar do seu mistério para cooperar com Ele na salvação dos irmãos (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).

O Pe. Alexandrino Monteiro escreve: “As dores são semelhantes a um véu negro, que parece enlutar a nossa existência e convertê-la em uma noite tenebrosa. Porém, nas trevas dessa noite, com que brilho nos aparecem as estrelas da eternidade! Como se aumenta nessa escuridão o desejo de ver raiar o Sol divino da glória e de chegar ao fim  a suspirada manhã do eterno dia! Na cruz dá-nos Deus um penhor da futura glória: ‘Vós chorareis, o mundo, porém, alegrar-se-á; vós vos entristecereis mas a vossa tristeza há de ser convertida em prazer” (Jo 16,20). Se vives no meio de tormentos, não diga que Deus te abandonou. Pelo contrário; agora o tens mais perto. É a sua mão paterna que descansa sobre tua cabeça, para premiar a tua paciência com uma coroa de diamantes. A cruz é precisa ao cristão; pois, ser cristão é ser discípulo de Cristo, e o nosso Cristo é, como diz São Paulo, Cristo posto na Cruz. Na cruz, para nos lembrar que também nela hão de ter parte os seus discípulos. Na cruz, para que em nossas tribulações tenhamos onde por os olhos para suportá-las com resignação. Jesus entrou neste mundo rodeado de cruzes, subiu ao céu com sinais que a cruz deixou em seus pés, mãos e lado, e com a cruz há de vir a julgar o mundo. Ao vê-la cobrir-se-ão de vergonha os que na terra não a souberam levar resignados. A cruz dá lições da mais sã filosofia: ensina ver no pecado o maior mal que trouxe ao mundo todas as misérias que nele tanto lamentamos. Ensina que não é na terra, mas no céu, que nos está reservada a verdadeira felicidade. Ensina que neste mundo tudo é transitório; que o tempo é de provas, que a terra é um desterro, e que alegrias só as pode haver temperadas com muitas lágrimas. Ensina que só em Deus devemos colocar a nossa esperança e n’Ele procurar o único consolo da nossa dor”.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)

 

 

 

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