Disse Jesus Cristo:
“Se alguém quer vir após mim, renuncie a
si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me”
(Lc 9, 23).
Para quem aspira a honras, sucessos e glória
mundana, é a cruz motivo de escândalo: é inimigo que destrói
a própria felicidade, que restringe a liberdade. O homem
orgulhoso, que quer ser senhor absoluto da própria vida,
revolta-se contra qualquer forma de sofrimento físico ou moral
que o impede de afirmar-se a seu talante (vontade, arbítrio).
Pode então correr o risco de se tornar, de apóstolo, em inimigo
da cruz de Cristo. Só os humildes são capazes, como Jesus, de
inclinar os ombros sob o peso da cruz, de aceitar, como Ele,
ultrajes, humilhações, tratos injustos. Só nestes realiza a cruz
a obra de purificação e destruição do pecado que os dispõe a
ressuscitar com Cristo (Pe. Gabriel de Santa Maria
Madalena).
São Josemaría Escrivá escreve:
“Pediste ao Senhor que te deixaste sofrer um pouco por Ele.
Mas depois, quando chega o padecimento em forma tão humana, tão
normal – dificuldades e problemas familiares..., ou essas mil e
uma insignificâncias da vida diária –, custa-te trabalho ver
Cristo por trás disso. – Abre com docilidade as tuas mãos a
esses pregos..., e a tua dor se converterá em alegria... Não te
queixes, se sofres. Lapida-se a pedra que se estima, que tem
valor. Dói-te? – Deixa-te lapidar, com agradecimento, porque
Deus te tomou nas suas mãos como um diamante... Não se trabalha
assim um pedregulho vulgar... Os que fogem covardemente do
sofrimento têm matéria de meditação ao verem o entusiasmo com
que outras almas abraçam a dor. Não são poucos os homens e as
mulheres que sabem padecer cristãmente. Sigamos o seu
exemplo...”
Santo Afonso Maria de Ligório ensina:
“O trono da graça é a cruz, onde Jesus
se assenta para distribuir graças e misericórdia a quem recorre
a Ele. Mas é preciso recorrer logo, para encontrarmos o auxílio
oportuno para a nossa salvação. Virá depois talvez o tempo em
que não poderemos mais encontrá-lo! Abracemos, pois, logo a cruz
de Cristo, com grande confiança! Não nos desanimem nossas
misérias: em Jesus Cristo Crucificado encontraremos para nós
toda a riqueza, toda a graça”.
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)
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