Disse Jesus Cristo:
“Se alguém quer vir após mim, renuncie a
si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me”
(Lc 9, 23).
O sofrimento desafeiçoa da terra e obriga o
coração a elevar-se ao céu, pelo mal estar que lhe causa e que
lhe prova que é feito para coisa melhor que os bens passageiros
deste mundo… feito para os bens eternos. Sem o sofrimento, o
nosso coração se perderia no amor das coisas presentes; só o
sofrimento pode destruir o enganoso encanto que nos atrai para a
terra, e nos faz reconhecer que só em Deus podemos repousar com
segurança… que fora d’Ele tudo é vaidade e aflição de espírito.
São João Maria Vianney escreve:
“No caminho da cruz, só o primeiro passo é difícil. O medo das cruzes é a
nossa grande cruz. Tudo vai bem se carregamos bem a nossa cruz.
Há dois modos de sofrer: sofrer amando e sofrer sem amar. Todos
os santos sofriam com paciência, alegria e perseverança, porque
amavam. Nós sofremos com raiva, desagrado e enfado, porque não
amamos. Se amássemos a Deus, seríamos felizes de poder sofrer
por amor d’Aquele que aceitou sofrer por nós. Vós dizeis que é
duro? Não, é doce, é consolador, é suave, é a felicidade… Só é
preciso amar quando se sofre, e sofrer amando”.
Tomás de Kempis ensina:
“Forçoso é, porém, que a
ouçamos, pois dela depende a nossa salvação. A cruz reconciliou
o Céu e a terra que estavam em guerra. Da árvore da cruz brota o
fruto da vida que se perdera no paraíso terreal; de seu tronco
misterioso rebentam viçosos ramos que se elevam até o Céu.
Abracemo-nos, pois, com o Lenho sagrado em que esteve pendente o
Salvador do mundo; seja ele neste desterro a nossa consolação,
assim como é nossa fortaleza e nossa esperança. Quando, por sua
bondade, Deus nos enviar alguma tribulação, digamos com Santo
André: ‘Ó doce cruz por mim tão desejada e agora preparada para
esta alma que por ela ardentemente suspira!’”
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)
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