Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

MENSAGEM Nº 32

(04/03/2018)

 

 

 

Na Carta de São Paulo aos Gálatas diz: “Quanto a mim, não aconteça gloriar-me senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gl 6, 14).

Os circuncisos – tanto judeus como cristãos – vangloriavam-se de levar na sua carne o sinal da Antiga Aliança, a circuncisão. São Paulo faz-lhes ver que só há um motivo de glória para ele: a Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, com a qual se selou a Nova Aliança, se realizou a Redenção e, por isso, chegou a ser o sinal do cristão. Este era o conteúdo central da sua pregação: a força e a sabedoria de Deus (1 Cor 1, 23-24). A afirmação do Apóstolo foi repetida pelos cristãos e sugeriu páginas de uma grande piedade e unção. Assim, por exemplo, numa homilia pascal do século II, de autor desconhecido, diz-se: “Quando me intimida o temor de Deus, a Cruz é a minha proteção; quando tropeço, o meu auxílio e o meu apoio; quando combato, o prêmio; e quando venço, a coroa. A Cruz é para mim um caminho estreito, um caminho apertado: a escada de Jacó, por onde sobem e descem os Anjos, e em cujo cimo se encontra o Senhor” (Edições Theologica).

São João Maria Vianney escreve: “Aquele que vai ao encontro da cruz, caminha em sentido contrário às cruzes: ele talvez as encontre, mas fica contente por encontrá-las, pois as ama e carrega com coragem. Unem-no a Nosso Senhor, purificam-no, desapegam-no deste mundo. Removem os obstáculos do seu coração e o ajuda a atravessar a vida como uma ponte ajuda a passar as águas. A maior parte dos homens volta as costas para as cruzes e fogem diante delas. Quanto mais eles correm, tanto mais a cruz os persegue. Deveríamos correr atrás da cruz como o avarento corre atrás do dinheiro. Temos a impressão de que, porque amamos um pouco o bom Deus, não devemos ter nada que nos contrarie, nada que nos faça sofrer… É porque não entendemos o valor e a felicidade das cruzes. Não compreendo como é que um cristão pode deixar de amar a cruz e fugir dela! Não significa isto fugir ao mesmo tempo daquele que quis ser pendurado nela e morrer por nós?”

O Abade Elias escreve: “Se alguém ama a tribulação, ela se lhe tornará motivo de alegria e paz” (Letra Eta, Apoftegmas, 6).

Santo André de Creta ensina: “A posse da cruz é tanta e de tão grande valor, que quem a possui, possui um tesouro… Se não houvesse a cruz, a morte não teria sido vencida e o inferno não teria sido derrotado” (Dos Sermões).

O Pe. João Batista Lehmann escreve: “Pode ser glorificado com Cristo quem não o quiser acompanhar no caminho da dor?” (Luz Perpétua, Vol. I).

São Cláudio de La Colombière ensina: “Os planos de Deus nunca se realizam senão à custa de grandes sacrifícios”.

São João da Cruz escreve: “Quem não busca a cruz de Cristo não busca a glória de Cristo”.

São Paulo da Cruz ensina: “Jamais vos faltarão cruzes e, quanto mais se progride no serviço de Deus, mais aumenta o sofrimento. Assim foi a vida de Cristo e será a dos seus servos”.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)

 

 

 

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