Na Carta de São Paulo aos Gálatas diz:
“Quanto a mim, não aconteça gloriar-me
senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo
está crucificado para mim e eu para o mundo”
(Gl 6, 14).
Os circuncisos – tanto judeus como cristãos –
vangloriavam-se de levar na sua carne o sinal da Antiga Aliança,
a circuncisão. São Paulo faz-lhes ver que só há um motivo de
glória para ele: a Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, com a qual
se selou a Nova Aliança, se realizou a Redenção e, por isso,
chegou a ser o sinal do cristão. Este era o conteúdo central
da sua pregação: a força e a sabedoria de Deus (1 Cor 1, 23-24).
A afirmação do Apóstolo foi repetida pelos cristãos e sugeriu
páginas de uma grande piedade e unção. Assim, por exemplo, numa
homilia pascal do século II, de autor desconhecido, diz-se:
“Quando me intimida o temor de Deus, a
Cruz é a minha proteção; quando tropeço, o meu auxílio e o meu
apoio; quando combato, o prêmio; e quando venço, a coroa. A Cruz
é para mim um caminho estreito, um caminho apertado: a escada de
Jacó, por onde sobem e descem os Anjos, e em cujo cimo se
encontra o Senhor” (Edições Theologica).
São João Maria Vianney escreve:
“Aquele que vai ao encontro da cruz, caminha em sentido
contrário às cruzes: ele talvez as encontre, mas fica contente
por encontrá-las, pois as ama e carrega com coragem. Unem-no a
Nosso Senhor, purificam-no, desapegam-no deste mundo. Removem os
obstáculos do seu coração e o ajuda a atravessar a vida como uma
ponte ajuda a passar as águas. A maior parte dos homens volta as
costas para as cruzes e fogem diante delas. Quanto mais eles
correm, tanto mais a cruz os persegue. Deveríamos correr atrás
da cruz como o avarento corre atrás do dinheiro. Temos a
impressão de que, porque amamos um pouco o bom Deus, não devemos
ter nada que nos contrarie, nada que nos faça sofrer… É porque
não entendemos o valor e a felicidade das cruzes. Não compreendo
como é que um cristão pode deixar de amar a cruz e fugir dela!
Não significa isto fugir ao mesmo tempo daquele que quis ser
pendurado nela e morrer por nós?”
O Abade Elias escreve:
“Se alguém ama a tribulação, ela se lhe
tornará motivo de alegria e paz” (Letra
Eta, Apoftegmas, 6).
Santo André de Creta ensina:
“A posse da cruz é tanta e de tão grande
valor, que quem a possui, possui um tesouro… Se não houvesse a
cruz, a morte não teria sido vencida e o inferno não teria sido
derrotado”
(Dos Sermões).
O Pe. João Batista Lehmann escreve:
“Pode ser glorificado com Cristo quem
não o quiser acompanhar no caminho da dor?”
(Luz Perpétua, Vol. I).
São Cláudio de La Colombière ensina:
“Os planos de Deus nunca se realizam
senão à custa de grandes sacrifícios”.
São João da Cruz escreve:
“Quem não busca a cruz de Cristo não
busca a glória de Cristo”.
São Paulo da Cruz ensina:
“Jamais vos faltarão cruzes e, quanto
mais se progride no serviço de Deus, mais aumenta o sofrimento.
Assim foi a vida de Cristo e será a dos seus servos”.
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)
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