Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

MENSAGEM Nº 33

(05/03/2018)

 

 

 

Na Carta de São Paulo aos Gálatas diz: “Quanto a mim, não aconteça gloriar-me senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gl 6, 14).

Da Santa Cruz provém a nossa salvação, pois nela quis morrer Jesus pelos nossos pecados, Por isso, dizia São João Crisóstomo como num cântico: “A Cruz é o troféu erigido contra os demônios, a espada contra o pecado, a espada com que Cristo atravessou a serpente; a Cruz é a vontade do Pai, a glória do seu Filho Único, o júbilo do Espírito Santo, o ornato dos Anjos, a segurança da Igreja, o motivo de glória de Paulo, a proteção dos santos, a luz de todo o orbe” (De coemeterio el de cruce, 2) (Edições Theologica).

A conduta covarde e vã dos judeus se opõe com a valentia e desinteresse de Paulo. Desde que conheceu a Jesus Cristo e o poder da salvação de sua cruz, não se gloria nada mais que nela. A metáfora da crucifixão indica o abismo de separação e mútuo desprezo que criou a fé na cruz entre Paulo e o mundo. O mundo aqui tem sentido pejorativo: são os homens que não creem em Jesus Cristo, e principalmente os judeus, que se escandalizam d’Ele e o expulsam… Paulo não podia estar crucificado por meio de Cristo, mas em Cristo ou com Cristo (Pe. Juan Leal e outros).

Dom Duarte Leopoldo escreve: “Ó meu crucifixo! Pobre e humilde, banhado das minhas lágrimas, na amorável penumbra de uma cela, como brilhas tu iluminando-nos a vida e a morte, o sofrimento e o prazer… a terra e o céu, o tempo e a eternidade! Catecismo de ignorantes, Suma Teológica para sábios, tu és um livro luminoso, todo invadido da presença de Deus. Tua voz me instrui com o calor de uma chama e com a doçura de uma unção: repreende consola, fortalece e santifica. Melhor que os livros santos, tu me dizes a que extremos inatingíveis levastes o teu amor por mim, por mim pessoalmente, como se eu só – e mais ninguém, fora o objeto do teu amor, amor imolado, amor sacrificado, amor crucificado” (Trecho: Meu crucifixo).

Santa Gema Galgani “cantou” sobre a cruz: “Ó Cruz, faz um pouco de espaço para mim junto a Jesus… Ó, quando será que ardentemente apertarei entre os braços a minha Cruz? Ó Cruz santa deixa que eu te abrace! Longe de ti jamais encontro paz. Sim, é justamente na Cruz que coloquei toda a minha força. Ó Cruz, junto de ti me sinto forte. É sobre a Cruz que aprendi a amar-Te Jesus. Procuro-Te e Te encontro sempre sobre a Cruz. Ó Cruz santa, recebe-me junto a Jesus. Tu morreste sobre a Cruz, nela, faze-me morrer também… Amo a Cruz, a Cruz somente. Amo-a, porque primeiramente Tu a amaste Jesus… Sim, eu a quero, sim, eu a quero Jesus… Glorio-me, Jesus, nas tribulações e te agradeço mil vezes por me tornar sempre mais semelhante a Ti, partícipe dos teus sofrimentos. Sou um fruto da tua Paixão, um rebento de tuas chagas. Por teu amor estou pronta a qualquer sacrifício. Desejaria sofrer tudo eu… Tu sofres, faze-me sofrer também. Ó Cruz santa, porque me queixar? Não recuso a Cruz: porque se recuso a Cruz, recuso Jesus” (Trecho do canto sobre a cruz).

São Paulo da Cruz ensina: “Os dons de Deus causam: desapego de tudo, grande amor a cruz e ao sofrimento… O mérito e a perfeição consistem em carregar a cruz que Deus quer e não a que nós queremos… Levar a cruz com tranquilidade encontra-se a paz”.

São João Maria Vianney escreve: “A cruz é a lâmpada que ilumina o céu e a terra. É preciso pedir o amor pelas cruzes: então elas se tornam doces. Fiz disso a experiência: durante quatro ou cinco anos tenho sido caluniado, muito se opuseram a mim, aprontaram-me muitas armadilhas. Quantas cruzes eu tinha… tinha mais do que podia suportar! Pus-me a pedir o amor pelas cruzes… então passei a ser feliz. Falo seriamente: só há felicidade nela… Quando amamos as cruzes, não as sentimos; mas, quando as rejeitamos, elas nos esmagam. Fugir das cruzes é querer ser oprimido por elas, desejá-las é não sentir o seu amargor”.

São Pio de Pietrelcina ensina: “Sigamos o Divino Mestre pelo Calvário carregando nossa cruz… A agitação te amargura o coração e te impede de apreciar todo o encanto da cruz… Apoie-se, como fez Nossa Senhora, à cruz de Jesus e nunca lhe faltará conforto”.

São João da Cruz escreve: “Se queres chegar à posse de Cristo, jamais o procures sem a cruz”.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)

 

 

 

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