Na Carta de São Paulo aos Filipenses diz:
“Pois há muitos dos quais muitas vezes
eu vos disse e agora repito, chorando, que são inimigos da cruz
de Cristo: seu fim é a destruição, seu deus é o ventre, sua
glória está no que é vergonhoso, e seus pensamentos no que está
sobre a terra”
(Fl 3, 18-19).
Quem despreza a cruz de Jesus Cristo volta as
costas para o caminho da salvação e envereda pelo da perdição
eterna. O caminho da cruz leva ao céu… quando é percorrido com
fé, alegria, paciência e por amor a Deus. Aquele que se revolta
contra a cruz “mergulha” nas coisas caducas da terra e se
“alimenta” delas. Esses tornam-se escravos das coisas desse
mundo… são como porcos que fuçam a lama repugnante de um
chiqueiro.
Santo Afonso Maria de Ligório escreve:
“No dia do julgamento
de nossa salvação, nossa vida deverá ser igual à vida de Jesus
Cristo, para merecermos o Paraíso: ‘Porque os que anteriormente
desconheceu, esses também predestinou a serem conformes à
imagem de seu Filho’. O Verbo Eterno desceu à terra para nos
ensinar, com seu exemplo, a carregar com paciência as cruzes que
Deus nos manda: ‘Cristo sofreu por vós, deixando-vos um exemplo,
a fim de que sigais os seus passos’. Jesus Cristo quis sofrer
para nos encorajar no sofrimento. Qual foi a vida de Jesus
Cristo? Foi uma vida de humilhações e sofrimentos: ‘Desprezado,
último dos homens, homem das dores!’ Sim, a vida de Jesus
Cristo foi toda cheia de trabalhos e dores”
(A prática do amor a Jesus Cristo).
São Pedro Julião Eymard ensina:
“Não alegueis que é um
castigo. Não é castigo, é uma parcela da Cruz de Nosso Senhor.
Se a Cruz nos toca, não devemos renegá-la em sua origem divina,
mas recebê-la qual digna filha do Calvário, qual gota de Sangue
do doce Salvador. O divino Mestre estende-se na Cruz, quer-vos,
pois, crucificada com ele. Mas que diferença! A ele são inimigos
que o cruciam, a vós, são suas mãos divinas, é seu Amor, a fim
de poder dar-vos o preço de sua Morte e a glória de sua Cruz.
Que felicidade sofrer por amor e para o Amor! Sabei sofrer por
amor de Jesus. O amor que não sofre não merece o nome de amor.
Nosso Senhor só vos pede um exercício, um pensamento: permanecer
unida ao seu Amor pela Cruz, pelo total abandono, pela santa
pobreza dos meios e socorros exteriores. União bela e ditosa,
que se realiza no holocausto” (A Divina
Eucaristia, Vol. 5).
São João Maria Vianney escreve:
“A cruz é um presente que
o bom Deus dá aos seus amigos. O que faz com que não amemos a
Deus é o fato de não termos chegado àquele grau em que tudo
aquilo que é difícil nos causa prazer. Uma doença prolongada é
vantajosa para um cristão que sabe dela aproveitar-se. Não temos
a coragem de carregar a própria cruz! Estamos errados, visto que
em tudo o que fizermos a cruz nos sustenta, e dela não podemos
fugir” (Sermões).
Tomás de Kempis ensina:
“Jesus Cristo tem agora
muitos que amam o seu reino celestial, mas poucos que levam a
sua cruz. Muitos desejam sua consolação e poucos desejam a
tribulação. Encontra muitos companheiros para a sua mesa, mas
poucos para a sua abstinência. Todos querem gozar de sua
alegria, poucos, porém, querem sofrer alguma coisa por Ele”
(Imitação de Cristo).
O Bem-aventurado Eduardo Poppe escreve:
“Continuai a seguir,
sem desvios, o vosso caminho. À medida que avançais encontrareis
cruzes sobre cruzes, mal-entendidos, oposições, mofas, aridez e
abandonos. Mas chegareis ao termo sem terdes de ir mendigar
consolações entre leigos. No meio das cruzes, conservareis ao
menos a esperança e a confiança, e isto basta enquanto vivermos
neste mundo. E quem sabe se o vosso irmão não virá a ser a vossa
alegria?” (Carta aos sacerdotes).
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)
|