Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

MENSAGEM Nº 38

(10/03/2018)

 

 

 

Na Carta de São Paulo aos Hebreus diz: “Portanto, também nós, com tal nuvem de testemunhas ao nosso redor, rejeitando todo fardo e o pecado que nos envolve, corramos com perseverança para o certame que nos é proposto, com os olhos fixos naquele que é o autor e realizador da fé, Jesus, que, em vez da alegria que lhe foi proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e se assentou à direita do trono de Deus. Considerai, pois, aquele que suportou tal contradição por parte dos pecadores, para não vos deixardes fatigar pelo desânimo. Vós ainda não resististes até o sangue em vosso combate contra o pecado! (Hb 12, 1-4).

Santo Agostinho escreve: “Que te ensina Cristo do alto da Cruz, da qual não quis descer, senão que te enchas de coragem diante dos que o insultam e sejas forte na força de Deus?” (Enarrationes in Psalmos, 70, 1). As dificuldades que Jesus teve de suportar foram muito maiores e penosas que as de qualquer, porque ao longo da sua vida se enfrentou com a oposição constante dos homens, com a dos pagãos e, sobretudo, com a dos do seu povo. Foi submetido a humilhações sem número, até à Paixão e à morte de Cruz. Mas o que mais fez sofrer o Senhor foram a dureza do coração, a cegueira espiritual, a impenitência daqueles mesmos que Ele tinha vindo salvar. Os “pecadores” que “contradizem” a Jesus não são só Caifás, Herodes, Pilatos… mas também os que continuam a pecar, apesar do Sacrifício Redentor. Não obstante, nosso Senhor levou tudo com paciência e manifestou em grau sumo as qualidades e virtudes que pede aos seus discípulos (Edições Theologica).

Um religioso anônimo escreve: “É na dor e nos combates que se revela o verdadeiro amor. A cruz é a prova do amor. A delicadeza não combina com os sentimentos e a profissão de um discípulo de Jesus. Queres tornar os teus sacrifícios agradáveis ao Senhor? Faze-os com exatidão, sem examinares o que te custa isso. O mundo exige de seus seguidores os mais duros sacrifícios. Basta, porém, que lhes fale o mundo, para que logo e inteiramente lhe obedeçam. Será Deus o único Mestre para quem nada se sacrifique, sem previamente verificar se Ele está a exigir demasiado?” (Imitação de Maria).

Santo Afonso Maria de Ligório ensina: “Como vos pagarei, ó Cristo, esse vosso amor? É justo que sangue se pague com sangue. Seja eu banhado com esse sangue e cravado nessa cruz. Recebe-me também em teus braços, ó santa cruz. Alarga-te, coroa de espinhos, para que eu coloque em ti minha cabeça. Cravos, deixai as mãos inocentes do meu Senhor e transpassai meu coração de compaixão e amor. Jesus, São Paulo diz que vossa morte foi para que vos apoderásseis dos vivos e dos mortos, não pelos castigos, mas pelo amor: ‘Cristo morreu e ressuscitou para ser o Senhor dos mortos e dos vivos’. Roubador dos corações, a força do vosso amor estraçalhou nossos corações tão duros. Inflamastes todo o mundo no vosso amor. Senhor da sabedoria, inebriai nossos corações com esse vinho, abrasai-os com esse fogo, feri-os com essa flecha de vosso amor. A vossa cruz é arco e flecha que ferem os corações. Saiba todo o mundo que tenho o coração ferido” (A prática do amor a Jesus Cristo).

Tomás de Kempis escreve: “Muitos seguem a Jesus até ao partir do pão, poucos, porém, até ao beber do Cálice da sua paixão. Muitos admiram seus milagres, mas poucos abraçam a ignomínia da cruz. Muitos amam a Jesus, quando não há adversidade. Muitos o louvam e exaltam, enquanto recebem dele algumas consolações. Porém, se Jesus se lhes esconde ou deixa por algum tempo, logo se queixam ou desanimam” (Imitação de Cristo).

Santa Elisabete da Trindade ensina: “É aos pés da cruz que a gente sente em profundidade todo esse vazio das criaturas, essa sede infinita d’Ele (Deus). Ele é a fonte; vamos a Ele para saciar nossa sede junto ao nosso Predileto. Só Ele pode satisfazer nosso coração” (Obras Completas).

Santa Teresinha do Menino Jesus escreve: “A vida não passa dum sonho; logo acordaremos com um grito de alegria… Quanto maiores forem nossos sofrimentos, mais ilimitada será nossa glória. Não percamos a provação que Jesus nos manda!… A santidade não consiste em dizer belas coisas, tampouco em pensá-las ou senti-las. Toda ela consiste na vontade de sofrer… O sofrimento estendeu-me os braços, e neles me lancei com amor”.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)

 

 

 

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