Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

MENSAGEM Nº 39

(11/03/2018)

 

 

 

Na Carta de São Paulo aos Hebreus diz: “Portanto, também nós, com tal nuvem de testemunhas ao nosso redor, rejeitando todo fardo e o pecado que nos envolve, corramos com perseverança para o certame que nos é proposto, com os olhos fixos naquele que é o autor e realizador da fé, Jesus, que, em vez da alegria que lhe foi proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e se assentou à direita do trono de Deus. Considerai, pois, aquele que suportou tal contradição por parte dos pecadores, para não vos deixardes fatigar pelo desânimo. Vós ainda não resististes até o sangue em vosso combate contra o pecado! (Hb 12, 1-4).

Em Cristo, e no cristão, a debilidade torna-se fortaleza e a humilhação converte-se em glória. “Jesus Cristo morre cravado na Cruz. Mas se ao mesmo tempo nesta debilidade se cumpre a sua elevação, confirmada com a força da Ressurreição, isto significa que as debilidades de todos os sofrimentos humanos podem ser penetradas pela própria força de Deus, que se manifesta na Cruz de Cristo” (São João Paulo II, Salvifici doloris, n.º 23).

O texto sagrado quer infundir força e esperança nos fiéis, propondo-lhes a contemplação dos sofrimentos de Cristo.

A contemplação dos sofrimentos de Cristo provocou a conversão de muitos cristãos. Santa Teresa de Jesus conta a mudança que se operou nela: “Pois já andava a minha alma cansada, e, ainda que quisesse, não a deixavam descansar os ruins costumes que tinha. Aconteceu-me que entrando um dia no oratório, vi uma imagem que tinham trazido ali para guardar, que se tinha buscado para certa festa que se fazia em casa. Era de Cristo muito chagado, e tão devota, que , ao olhar para ela, toda me turvei de a ver tal, porque representava bem o que passou por nós. Foi tanto o que senti do mal que tinha agradecido aquelas chagas, que o coração me parece se me partia; e arrojei-me para Ele com grandíssimo derramamento de lágrimas, suplicando-lhe me fortalecesse já de uma vez, para não o ofender” (Livro da vida, cap. IX, 1) (Edições Theologica).

Tomás de Kempis escreve: “Aqueles, porém, que amam a Jesus por amor de Jesus e não por amor da sua própria consolação, tanto o louvam em toda a tribulação e angústia de coração, como nas mais doces consolações. E ainda que nunca mais lhes quisesse dar consolação, sempre o louvariam e lhe dariam graças” (Imitação de Cristo).

Santa Teresinha do Menino Jesus ensina: “Afinal de contas, que são as cruzes exteriores? O martírio verdadeiro e autêntico é o martírio do coração, o sofrimento íntimo da alma… Deus te acha digna de sofrer por seu amor, e é esta a maior prova de ternura que te possa dar, visto que é o sofrimento que nos torna semelhantes a ele… O sofrimento se transforma na maior alegria quando o procuramos como o tesouro mais precioso”.

Santa Elisabete da Trindade escreve: “Ele nos marca com o sinete da cruz para que mais nos assemelhemos a ele… Na realidade, existem correspondências de amor que só se pode compreender na cruz” (Obras Completas).

São Luís Maria Grignion de Montfort ensina: “Ela (a Sabedoria, isto é, o Cristo) a desposou (a cruz) com amor inenarrável em sua Encarnação; Ela a carregou e buscou com indescritível alegria, durante toda a vida, que foi uma cruz contínua… Enfim, ela viu cumulados seus desejos; foi manchada de opróbrios; foi pregada e como que colada à cruz, e morre com alegria, abraçando sua amada, como num leito de honra e triunfo… Não creias que depois da morte, para melhor triunfar, ela se tenha despregado da cruz, a tenha rejeitado. Longe disto. Uniu-se de tal modo e como que se incorporou a ela que não há nem anjo nem homem, nem criatura do céu ou da terra que possa dela separá-la. Sua união é indissolúvel, sua aliança eterna: Jamais a cruz sem Jesus, nem Jesus sem a cruz” (O amor da Sabedoria Eterna).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)

 

 

 

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