Na Carta de São Paulo aos Hebreus diz:
“Portanto, também nós, com tal nuvem de
testemunhas ao nosso redor, rejeitando todo fardo e o pecado que
nos envolve, corramos com perseverança para o certame que nos é
proposto, com os olhos fixos naquele que é o autor e realizador
da fé, Jesus, que, em vez da alegria que lhe foi proposta,
suportou a cruz, desprezando a vergonha, e se assentou à direita
do trono de Deus. Considerai, pois, aquele que suportou tal
contradição por parte dos pecadores, para não vos deixardes
fatigar pelo desânimo. Vós ainda não resististes até o sangue em
vosso combate contra o pecado!”
(Hb 12, 1-4).
O exemplo de Cristo é perfeito durante toda a
sua vida e sobressai especialmente na Paixão.
“Na Paixão de Cristo há
que considerar três coisas: em primeiro lugar, o que evitou, a
seguir o que sofreu, e em terceiro lugar o que mereceu. Quanto
ao primeiro, diz que deixou de lado ‘o gozo que lhe era
oferecido’, ou seja, o gozo ou a felicidade daqui na terra,
como quando o buscava a multidão para o fazer rei e Ele fugiu
para o monte desprezando essa honra (...). Ou então, porque
desejando a felicidade da vida eterna como prêmio ‘suportou a
cruz’. E esta é a segunda coisa, ou seja, que sofreu na cruz.
Nisto torna manifesta a crueza da dor, porque foi cravado pelas
mãos e os pés, e a baixeza e o opróbrio desta morte, porque era
uma morte ignominiosa (...). A terceira coisa, ou seja, o que
mereceu, é estar sentado à direita do Pai. Assim que a exaltação
da humanidade de Cristo foi o prêmio da sua paixão”
(Santo Tomás de Aquino, Comentário sobre Heb, ad
loc.) (Edições Theologica).
Dom Duarte Leopoldo escreve:
“Ó meu crucifixo! Tu me ensinas ainda
que o amor de Deus e do próximo nos faz viver e que o amor de
nós mesmos nos faz morrer. Ó meu Jesus, fazei que eu te ame
bastante, e que não me ame tanto! Ensina-me a dominar as
rebeldias da minha natureza, a crucificar as minhas paixões por
amor de Jesus crucificado. Ensina-me a prática da humildade, da
vigilância e da oração, para que, em ti e por ti, me fortaleça
na obediência à tua santa Lei. Como és belo e consolador, ó meu
crucifixo! Se me mostrasses tão somente a grandeza dos meus
pecados eu seria esmagado ao peso da minha dor; mas tu me abres
o céu como prêmio e recompensa da Paixão de Jesus. Agora que te
conheço e te amo, já não temo os castigos da tua justiça, mas os
castigos do teu amor, e porque os temo e porque te quero, deixa
que me banhe no sangue do teu coração”
(Trecho: Meu crucifixo).
São Luís Maria Grignion de Montfort ensina:
“Meu Jesus, não foi um leito de rosas,
mas de espinhos que, por amor de mim, escolhestes. Tendes sede
de sofrer; vinde, pois, a meu coração, eu o entrego hoje à
penitência”.
Tomás de Kempis escreve:
“Quanto é poderoso o amor de Jesus,
quanto é puro e sem mistura de interesse ou de amor próprio. Não
são por ventura mercenários os que sempre buscam consolações?
Não se amam a si mais que a Cristo os que de contínuo pensam em
seus proveitos e comodidades? Onde se achará algum homem que
queira servir a Deus, de graça?” (Imitação
de Cristo).
São Paulo da Cruz ensina:
“Nós somos muito felizes
porque estamos crucificados com Jesus e temos impressas em nosso
corpo suas santas chagas. Somos felizes também porque não nos
apegamos às criaturas, mas ao Criador; porque sofremos com
paciência e por amor de Deus as contrariedades da vida; porque
enfrentamos sorrindo os sacrifícios no cumprimento do dever;
porque vamos crescendo em santidade no caminho de Jesus”
(Cartas).
Santa Teresa Benedita da Cruz escreve:
“A cruz é mais eficiente do que a
mortificação que se exerce por livre e própria escolha. Sim, a
cruz enviada por Deus, exterior e interior... Geralmente
recebemos uma cruz mais pesada, quando desejamos nos livrar
daquela que tínhamos antes” (Escritos).
São João Bosco ensina:
“A nossa
cruz são os sofrimentos que encontramos na nossa vida”
(Escritos).
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)
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