Na Carta de São Paulo aos Hebreus diz:
“Portanto, também nós, com tal nuvem de
testemunhas ao nosso redor, rejeitando todo fardo e o pecado que
nos envolve, corramos com perseverança para o certame que nos é
proposto, com os olhos fixos naquele que é o autor e realizador
da fé, Jesus, que, em vez da alegria que lhe foi proposta,
suportou a cruz, desprezando a vergonha, e se assentou à direita
do trono de Deus. Considerai, pois, aquele que suportou tal
contradição por parte dos pecadores, para não vos deixardes
fatigar pelo desânimo. Vós ainda não resististes até o sangue em
vosso combate contra o pecado!”
(Hb 12, 1-4).
Cristo é iniciador da fé na sua morte de cruz,
e consumador dela na sua glorificação. Só aqueles que participam
dos padecimentos do Senhor serão glorificados com Ele (Rm 6, 8).
A vida cristã começa e culmina em Cristo.
Qualquer sofrimento de Cristo teria bastado
para a nossa redenção. Mas o Senhor aceitou por amor a morte
ignominiosa da cruz (Edições Theologica).
São Josemaría Escrivá ensina:
“Já pregaram Jesus no madeiro. Os
verdugos executaram desapiedadamente a sentença. O Senhor tudo
deixou, com mansidão infinita.
Não era necessário tanto
tormento. Ele podia ter evitado aquelas amarguras, aquelas
humilhações, aqueles maus tratos, aquele juízo iníquo, e a
vergonha do patíbulo, e os cravos e a lança... Mas quis sofrer
tudo por ti e por mim. E nós, não vamos saber corresponder? É
muito possível que, nalguma altura, a sós com um crucifixo, te
venham as lágrimas aos olhos. Não te domines... Mas procura que
esse pranto acabe num propósito” (Via
Sacra, XI, n.º 1).
São Pedro Julião Eymard escreve:
“Aplicai-vos, pois, e
sempre, ao Amor de Jesus Crucificado, e nele encontrareis
tesouros e delícias desconhecidas das almas que não ousam subir
o monte Calvário. Jó, no monturo, era grande, e tinha mais
majestade que no seu trono cintilante de ouro. Jesus era maior
no Calvário que no Tabor. Querendo engrandecer o cristão,
atrai-o a si: ‘Quando me elevar da terra, atrairei tudo a mim’.
Quando fordes toda de Jesus, ele operará, se necessário for,
milagres em vosso favor. Os Anjos serviram-no quando, após
quarenta dias de jejum e de lutas, ele teve fome. Ai de nós! Não
contempleis a cruz natural do sofrimento, mas contemplai essa
cruz em Nosso Senhor, e mudará de aspecto. Lembrai-vos de que a
Cruz é Jesus vindo descansar um pouco junto a vós, a caminho do
Calvário, e daí ao Céu” (A Divina
Eucaristia, Vol. 5).
São Paulo da Cruz ensina:
“Aqueles que suportam, com paciência e
perseverança, trabalhos, perseguições, desprezos, por amor de
Deus, ajudam a Jesus a carregar a cruz. Estes hão de participar
com ele da glória do céu” (Cartas).
Tomás de Kempis escreve:
“Se houvesse um estado mais favorável à
salvação dos homens que o da cruz, Jesus Cristo sem dúvida no-lo
teria ensinado de palavra e com o exemplo”
(Imitação de Cristo).
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)
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