Na Carta de São Paulo aos Hebreus diz:
“Vemos, todavia, a Jesus, que foi
feito, por um pouco, menor que os anjos, por causa dos
sofrimentos da morte, coroado de honra e de glória. É que pela
graça de Deus ele provou a morte em favor de todos os homens.
Convinha, de fato, que aquele por quem e para quem todas as
coisas existem, querendo conduzir muitos filhos à glória,
levasse à perfeição, por meio de sofrimentos, o Autor da
salvação deles”
(Hb 2, 9-10).
Um dos efeitos da Paixão de Cristo foi a sua
exaltação e glorificação. Porque Cristo venceu na Cruz, em
benefício de todos os membros do gênero humano, a Cruz é o único
caminho para a glória: “Resplandece a
Santa Cruz, pela qual o mundo recobra a salvação. Ó Cruz que
vences! Cruz que reinas! Cruz que nos limpas de todo o pecado”
(Breviarium Romanum, Festa da Exaltação da
Santa Cruz, Antif. ad Laudes). Pela Paixão de
Cristo a Cruz já não é um patíbulo ignominioso, mas um trono de
glória. A tradição atribui ao Apóstolo Santo André estes
louvores à cruz em que ia morrer: “Ó
boa cruz, que foste glorificada por causa dos membros do Senhor,
cruz por longo tempo desejada, ardentemente amada, buscada sem
descanso e oferecida aos meus ardentes desejos (...) devolve-me
ao seu Mestre, para que por ti me receba, Ele que por ti me
redimiu”
(Ex passione S. Andreae, lect.).
São Paulo da Cruz escreve:
“Jesus morreu para nos
dar a vida. As criaturas todas se lamentam e sofrem: o sol se
escurece, treme a terra, partem-se as rochas, rasga-se o véu do
templo. Nosso coração permaneceria insensível? Mergulhemos no
mar imenso dos sofrimentos de Jesus e digamos-lhe: Senhor, nós
vos agradecemos porque morrestes na cruz por nosso amor!”
(Cartas).
Tomás de Kempis ensina:
“Da cruz manam as suavidades celestiais;
na cruz estão a fortaleza da alma, a alegria do coração, o
compêndio da virtude, a perfeição da santidade”
(Imitação de Cristo).
São Pedro Julião Eymard escreve:
“Ó Céu radiante, já começa a
desejar-te, não para deixar de sofrer, mas a fim de amar
perfeitamente a Deus. Meu Deus! Não: o sofrimento é coisa bela!
Sobretudo quando é misterioso, oculto, e se vela sob as
aparências do contentamento. Bom sofrimento, que nos desapega de
nós mesmos e nos imola ao puro Amor de Jesus. Coragem, o tempo
está passando, o Céu se aproximando e também Deus em seu eterno
Amor” (A Divina Eucaristia, Vol. 5).
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)
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