Na Carta de São Paulo aos Hebreus diz:
“Vemos, todavia, a Jesus, que foi
feito, por um pouco, menor que os anjos, por causa dos
sofrimentos da morte, coroado de honra e de glória. É que pela
graça de Deus ele provou a morte em favor de todos os homens.
Convinha, de fato, que aquele por quem e para quem todas as
coisas existem, querendo conduzir muitos filhos à glória,
levasse à perfeição, por meio de sofrimentos, o Autor da
salvação deles”
(Hb 2, 9-10).
Depois de ter mostrado os efeitos da morte de
Cristo, sublinha-se a conveniência desta humilhação: Jesus
Cristo devia tornar-se em tudo igual aos seus irmãos para lhes
poder ser útil. Deus Pai, que é o princípio e o fim de todas as
coisas, queria conduzir muitos homens para a glória, por meio do
seu Filho. Cristo devia ser o autor dessa salvação, por isso foi
conveniente que mediante a Paixão chegasse a uma absoluta
perfeição. Deus Pai “aperfeiçoou” o seu Filho enquanto ao
fazer-se homem e, portanto, poder sofrer e morrer, ficando assim
com a capacidade absoluta de ser o representante do gênero
humano. “Deus
fez um ato digno da sua bondade para conosco, ao revestir o seu
Primogênito de um resplendor superior ao de todos os homens e ao
pô-lo como modelo de grande atleta, superior a todos. O
sofrimento é, portanto, um meio para chegar à perfeição e uma
fonte de Salvação” (São João Crisóstomo,
Homilia sobre Hebreus, 4). Cristo, ao obedecer
de modo perfeito ao Pai, com o oferecimento da sua vida e,
sobretudo, com a sua Paixão e Morte, oferece um sacrifício
perfeito e superabundante para a remissão dos pecados dos homens
e para a satisfação completa do Pai. Como prêmio da sua
obediência, Cristo, enquanto homem, é constituído Cabeça da
Igreja e Rei do Universo. Neste sentido é “aperfeiçoado pelo
Pai” (Edições Theologica).
Santo Agostinho escreve:
“A paixão de nosso Senhor
e Salvador Jesus Cristo é penhor de glória e lição de paciência”
(Sermão).
Tomás de Kempis ensina:
“Se te armares do escudo da fé, e do
sinal da cruz de Jesus Cristo, nem o mesmo demônio temerás”
(Imitação de Cristo).
Frei Pedro Sinzig
escreve: “Na terra pranto e
lágrimas, no céu a recompensa. Sê resignado: passa ligeiramente
o tempo da provação; à paixão seguir-se-á a ressurreição
gloriosa” (Meditações).
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)
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