Na Carta de São Paulo aos Hebreus diz:
“Vemos, todavia, a Jesus, que foi
feito, por um pouco, menor que os anjos, por causa dos
sofrimentos da morte, coroado de honra e de glória. É que pela
graça de Deus ele provou a morte em favor de todos os homens.
Convinha, de fato, que aquele por quem e para quem todas as
coisas existem, querendo conduzir muitos filhos à glória,
levasse à perfeição, por meio de sofrimentos, o Autor da
salvação deles”
(Hb 2, 9-10).
A partir da Redenção de Cristo, o sofrimento
humano também adquire o caráter de caminho de perfeição. Porque
a dor é expiação das culpas pessoais, estímulo para que o homem
demonstre a sua natureza espiritual e transcendente, exerça a
sua solidariedade com os outros homens e, sobretudo, se una
intimamente com o sacrifício de Cristo.
“O sofrimento deve servir
para a conversão, ou seja, para a reconstrução do bem no
sujeito, que pode reconhecer a misericórdia divina neste
chamamento à penitência (...). Para poder perceber a verdadeira
resposta ao ‘porque’ do sofrimento, temos que voltar o nosso
olhar para a revelação do amor divino, fonte última do sentido
de todo o existente (...). Cristo faz-nos entrar no mistério,
faz-nos descobrir o porquê do sofrimento, enquanto somos capazes
de compreender a sublimidade do amor divino”
(São João Paulo II, Salvifici doloris, 12-13).
Santo Agostinho escreve:
“Vale mais uma lágrima
derramada ao lembrar-se da Paixão, do que o jejum a pão e água
em cada semana”.
São Boaventura ensina:
“Se quereis progredir no
amor de Deus, meditai todos os dias a Paixão do Senhor. Nada
contribui tanto para a santidade das pessoas como a Paixão de
Cristo”.
Santo Afonso Maria de Ligório
escreve: “Minha alma, ama a
um Deus amarrado como um réu por ti, flagelado como escravo por
ti, feito rei e escárnio por ti, um Deus finalmente morto na
cruz”.
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)
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