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			EVITAR AS OCASIÕES DE PECADO 
			(Pe. 
			Divino Antônio Lopes FP.) 
			  
			
			O combate, que sustentamos com os nossos inimigos, é 
			às vezes tão forte que o único meio de sair vencedor é abandonar o 
			campo e pôr-se em fuga. 
			
			O soldado, que a pátria envia para a guerra, mostra 
			fraqueza e covardia, se deixa o campo e foge. 
			
			No combate espiritual, na luta com as paixões e 
			ocasiões de pecado, a cena é outra, o fugir aqui não é muitas vezes 
			covardia, mas valor; o abandonar o campo do combate não é perder, 
			mas ganhar a vitória; o voltar às costas ao inimigo não é fraqueza, 
			mas valentia. 
			
			As ocasiões de pecar são muitas. Umas trazemo-las 
			conosco, pois somos nós mesmos com todas as inclinações da nossa 
			natureza. Outras estão em casa, que são os falsos amigos, os livros 
			anti-religiosos, os objetos imorais, e, sobretudo, as representações 
			que nos entram pelos sentidos. 
			
			As ocasiões de pecar são frequentes! Podem ser as 
			pessoas com quem vivemos, a casa em que habitamos, os livros que 
			lemos, as ocupações a que nos entregamos, tudo enfim que nos pode 
			fazer cair em alguma ofensa a Deus. 
			
			Pôr-se livremente nas ocasiões de pecar é tentar a 
			Deus. Ninguém tem o direito de exigir de Deus uma graça especial 
			para não cair no pecado, em cuja ocasião se colocou:
			“Quem ama o perigo cairá nele”
			(Eclo 3,26). 
			
			As ocasiões de pecado são empecilhos que não nos 
			deixam caminhar livremente para o céu. São como o visco que o menino 
			arma ao passarinho para o agarrar. Vem a incauta ave, pousa sobre 
			ele, e quando vai levantar-se, não pode: tem as asas presas! 
			
			Quem se põe na ocasião fica preso nela, e já 
			dificilmente pode voar para Deus, como a pena caída no lodo não se 
			levanta para o céu. 
			
			A ocasião do pecado faz repetir as quedas nele, e 
			estas enfraquecem tanto a alma, que esta chega a perder as forças 
			para se desatolar do vício. 
			
			Fugir da ocasião é uma necessidade para a salvação. 
			Quem se lança nas chamas, queima-se irremediavelmente. Assim também 
			perece todo aquele que se põe na ocasião de pecar. 
			
			Quando se alastra uma epidemia numa cidade, 
			despovoam-se as casas em breve tempo e os habitantes, fugindo do 
			meio epidêmico, vão buscar a liberdade dos campos onde o mal ainda 
			não chegou, ou o cume dos altos montes onde os ares são mais puros e 
			sadios. 
			
			O mundo de hoje é uma perfeita imagem de uma cidade 
			empestada com relação á vida do espírito. Tudo ou quase tudo nele 
			se arma em ocasião de pecado. É a imprensa, é o teatro, é a vitrine, 
			é o museu, é a praia de banhos... é tudo! 
			
			Cumpre, pois, fugir de todos esses perigos para 
			a alma (cfr. Pe. Alexandrino 
			Monteiro, Raios de luz). 
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