Apelidado
de “anjo” na infância, Estanislau Kostka atingiu a juventude
guardando todas as virtudes, como um anjo realmente. Mas não
faltaram oportunidades para entregar-se aos prazeres mundanos, pois
pertencia a uma família polonesa nobre e poderosa.
Nascido em 28 de outubro 1550, até a
idade de treze anos Estanislau viveu na casa dos pais. Aos quatorze,
eles o enviaram para estudar no seminário dos padres jesuítas em
Viena, junto com o irmão mais velho e o tutor. Mas o seminário logo
foi fechado pelo imperador Maximiliano e toda a comunidade
estudantil acabou abrigada no castelo de um príncipe protestante.
Aquele ambiente cheio de festas e jogos de prazeres em nada
combinava com Estanislau, que buscava uma vida de virtudes e oração,
dentro da doutrina cristã.
A situação para ele era das mais
inadequadas, entretanto agradou o irmão e o tutor, que passaram a
requisitar sua participação nesses jogos. Não bastasse isso, o tal
príncipe protestante queria impedir os católicos de irem à missa
receber a comunhão. Depois, também era atormentado pelos colegas,
que zombavam muito de sua preferência pela vida religiosa.
Mas a luta contra o ambiente hostil e
a vida de privações a que se obrigava acabaram por minar a saúde do
rapaz. Frágil, ficou doente a ponto de quase perder a vida, mas o
salvaram a fé profunda e a confiança em Maria Santíssima, de quem
era devoto. Durante um sonho, um anjo apareceu para dar-lhe a
eucaristia, e a Virgem Mãe também, curando-o ao colocar-lhe o Menino
Jesus nos braços. Maria, em sua aparição, também o convidou a
ingressar na Companhia de Jesus.
Estanislau, que já pensava em ser um
padre jesuíta, contou tudo à família, que fora a Viena verificar
como os filhos estavam vivendo e estudando. Aproveitou para dizer
que queria mesmo ser um sacerdote. A oposição dos seus pais foi
total. Tentou insistir, mas foi inútil. Então, fugiu sozinho, a pé e
vestido de mendigo, para despistar se o perseguissem.
De Viena, na Áustria, foi para Treves,
na Alemanha, percorrendo setecentos quilômetros até chegar a uma
casa provincial dos jesuítas. O provincial, na época, era Pedro
Canísio, que o recebeu com amabilidade, mas teve de enfrentar a
reação do pai do jovem, que ameaçou fazer expulsar todos os jesuítas
da Polônia caso o filho não voltasse ao convívio da família. Mas
Estanislau manteve-se irredutível.
Aos dezessete anos, Estanislau foi
enviado para Roma, com uma carta de recomendação ao superior geral
da Ordem, são Francisco de Bórgia, que com carinho o encaminhou para
complementar o noviciado e os estudos de teologia no Colégio Romano.
Foram apenas nove meses entre os jesuítas, mas plenos de trabalho,
estudo, dedicação e disciplina, exemplares. Até ser acometido por
uma febre misteriosa e, no dia 15 de agosto de 1568, festa da
Assunção de Nossa Senhora, partir docemente ao encontro de Deus.
O seu túmulo tornou-se local de
muitas graças e rota de peregrinação. O papa Bento XIII canonizou-o
em 13 de novembro de 1726, e designou esta data para celebrar a
festa em memória do padroeiro dos noviços.
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