Santa Isabel da
Hungria
A vida de Santa Isabel foi breve, mas
cheia de encanto. Isabel
tinha apenas vinte e quatro anos quando morreu. Casou aos
catorze anos de idade com o duque da Turíngia. Quatro anos depois da
morte já era declarada santa. Esta curta existência, tão apressada,
foi no
entanto repleta de acontecimentos e plenamente vivida.
Isabel era filha do rei André da Hungria, onde nasceu
em
1207. Seguindo os costumes dos tempos em que muitas vezes acordos
políticos
entre nações se consolidavam através de casamentos, o pai prometeu
Isabel em casamento ao filho do duque de Turíngia, região no
centro da
Alemanha.
A menina foi para a corte da Turíngia
onde foi educada até a idade exigida para as núpcias, 14 anos,
quando contraiu oficialmente
casamento com o duque Ludovico.
Num
país estrangeiro, perseguida pela aversão da sogra
ciumenta do carinho de seu esposo, a
vida de Isabel não foi fácil, na corte da Turíngia. Mas ela,
dedicada por completo à prática da caridade,
encontrava-se num plano muito
superior a estas misérias humanas. Isabel
passou à
história como rainha de extraordinária caridade.
“A lenda transformou em poesia sua
carinhosa e generosa
dedicação aos pobres no confronto com a hostilidade doméstica, insuflada
pela sogra. Acusada ante o esposo de excessiva prodigalidade,
certo dia foi surpreendida por ele quando saía do palácio levando
alimentos para reparti-los aos pobres. 'Que levas?', perguntou-lhe o
esposo já prevenido; 'Rosas',
respondeu Isabel, sem lembrar que era pleno inverno. E, abrindo a
sacola, apareceram efetivamente rosas. Noutra ocasião,
voltando seu esposo de uma viagem, a sogra o preveniu: 'Vê lá,
Isabel levou para o teu quarto um leproso!' Mas ao abrir a porta, o
esposo encontrou sobre a sua cama Cristo crucificado, em quem se
transformara o leproso que Isabel cuidava”.
Seis
anos depois de casar, Isabel tornava-se viúva, pois
seu marido, que partira para as
cruzadas da Terra Santa, morria de peste em Ótranto na Itália, antes
de embarcar para a Palestina.
Durante a ausência do marido, por uma
grande escassez de víveres que se deu na região, Isabel sustentou
pelos cofres públicos, mesmo
em oposição a algum magistrado, centenas de pobres que ela
própria servia cada dia.
“Com a morte do marido começou para
Isabel uma dolorosa via-sacra,
cheia de sofrimentos, de virtudes e de heroísmo. Os parentes
do marido expulsaram-na da corte a pretexto de que ela esbanjava os
bens da família, quando, na realidade, nada mais fazia do que ajudar
os necessitados. Talvez nesta perseguição dos parentes do marido
houvesse certa aversão contra a origem húngara da rainha Isabel. Com
os três filhinhos e algumas
servas, passando as maiores privações em várias cidades,
Isabel acabou refugiando-se num convento em Marburgo. Lá tomou o
hábito da Ordem Terceira Franciscana, exatamente no ano da morte de
São Francisco de Assis
(1226)”.
Com a
indenização recebida pelos bens que lhe foram
injustamente tirados, construiu um
hospital para atender aos necessitados. Apesar da insistência do pai
para que voltasse à corte da Hungria, Isabel preferiu palmilhar o
caminho que a Providência lhe traçara cuidando
com carinho de seus filhinhos
órfãos e dedicando-se ao serviço dos pobres e dos doentes.
Esgotada em suas forças pelo
extenuante serviço aos doentes leprosos que servia diariamente com
as própria mãos, Isabel faleceu na jovem idade de vinte e quatro
anos, no dia 16 de novembro de 1231.
Os numerosos milagres que se
verificaram sobre o túmulo de Santa Isabel fizeram apressar o
processo de canonização que se deu em 1235. Seu culto tornou-se
muito popular em toda a Europa. Muitas instituições de caridade
adotaram o seu nome.
Santa Isabel foi declarada padroeira
da Ordem Terceira
Franciscana.
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