Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

Circular para os (as) missionários (as) colaboradores (as)

 

 

CIDADE MISSIONÁRIA DO SANTÍSSIMO CRUCIFIXO – ANÁPOLIS – GO

 

Circular n° 01 – 22-07-2012

 

Caríssimos (as) missionários (as) colaboradores (as), trabalhem, sem medo, para a glória de Deus e pelo bem das almas, enfrentando todas as dificuldades, obstáculos, provações, críticas, zombarias e perseguições com a cabeça erguida e o coração cheio de entusiasmo: “Homem valente é aquele em quem a coragem acaba por prevalecer sobre o medo” (Dom Rafael Llano Cifuentes).

 

Quem deseja trabalhar para o bem das almas não pode se desanimar diante das críticas, desprezos e ingratidões das pessoas que possuem o coração fechado para as coisas do alto; mas deve caminhar com os passos firmes no caminho do bem imitando a Jesus Cristo que muito sofreu nesse mundo: “Se quereis ser santo, esforçai-vos por imitar a vida humilde e desprezada de Jesus Cristo. Os profetas já tinham predito que o nosso Redentor devia ser saciado de opróbrios e tratado como o homem mais miserável do mundo. Quantos desprezos não teve Jesus de sofrer da parte dos homens! Foi qualificado de ébrio, de mágico, de blasfemo e de herege. E depois, quantas ignomínias sofreu na sua Paixão! Foi abandonado por seus próprios discípulos, dos quais um o vendeu por trinta dinheiros, outro negou tê-lo jamais conhecido. Foi levado pelas ruas preso e amarrado como um malfeitor, açoitado como um escravo, qualificado de insensato e de rei de turba; foi esbofeteado, coberto de escarros, e finalmente fizeram-no morrer suspenso numa cruz, em meio a dois ladrões, como se fosse o maior criminoso dos homens”(Santo Afonso Maria de Ligório).

A pessoa que deseja trabalhar para Deus e receber o aplauso das criaturas, com certeza não trabalha com reta intenção; ao invés de trabalhar para Cristo Jesus, deveria buscar emprego em algum circo, porque nesse lugar recebe-se aplauso.

O trabalho para a glória de Deus e pelo bem das almas exige pessoas fortes, convictas, intrépidas e perseverantes: “Filho, se te dedicares a servir ao Senhor, prepara-te para a prova” (Eclo 2, 1), e: “Não tenhas medo do que irás sofrer” (Ap 2, 10), e também: “Meus irmãos, tende por motivo de grande alegria o serdes submetidos a múltiplas provações, pois sabeis que a vossa fé, bem provada, leva à perseverança; mas é preciso que a perseverança produza uma obra perfeita, a fim de serdes perfeitos e íntegros sem nenhuma deficiência” (Tg 1, 2-4), e ainda: “Amados, não vos alarmeis com o incêndio que lavra entre vós, para a vossa provação, como se algo de estranho vos estivesse acontecendo; antes, na medida em que participais dos sofrimentos de Cristo, alegrai-vos, para que também na revelação da sua glória possais ter uma alegria transbordante. Bem-aventurados sois, se sofreis injúrias por causa do nome de Cristo, porque o Espírito de glória, o Espírito de Deus repousa sobre vós” (1 Pd 4, 12-14).

Estimados (as), Jesus Cristo colocou a cruz como condição para quem quiser segui-Lo: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16, 24).

Está claro que os covardes, moles, preguiçosos, frouxos e indolentes não servem para o exército de Deus.

Cristo Jesus jamais deixou de realizar o bem por causa dos desprezos, zombarias, ameaças e perseguições.

Diante de tantos obstáculos, Jesus não deixa por isso de continuar o seu caminho, decidido a avançar sozinho, abandonado de todos, se for preciso. Nem uma palavra de pesar destinada a apaziguar os discípulos. Acrescenta simplesmente a pergunta lacônica e cortante: “E vós, também quereis ir-vos embora?” (Jo 6, 67). Esse é Jesus: o homem da vontade pronta, da ação decidida e confiante. Durante todo o seu ministério, jamais foi visto a calcular, hesitar e voltar atrás.

Esta mesma vontade pronta, firme e inflexível, exige-a também dos seus discípulos. “Ninguém que mete a sua mão no arado e olha para trás é apto para o reino de Deus” (Lc 9, 62), e: “Quem quer edificar uma torre senta-se e faz o cálculo dos gastos que são necessários” (Lc 14, 28). É bem a sua própria marca que imprime nos discípulos. A irreflexão e a precipitação, tanto como a hesitação ou os compromissos covardes, não são com Ele. Todo o seu ser, toda a sua vida se traduzem simplesmente num “sim” ou num “não”.

Jesus é sempre Ele mesmo, está sempre pronto, porque nunca fala ou age senão com toda a sua consciência luminosa e com a sua vontade enérgica e total. Pode muito bem dizer, mas só Ele: “Que o vosso falar seja sim, sim; não, não. Toda outra palavra procede do maligno” (Mt 5, 37). Todo o seu ser, toda a sua vida, é unidade, firmeza, claridade, pureza e verdade. Causou uma tal impressão de verdade, de lealdade, de força, que nem os seus próprios inimigos se lhe podiam esquivar: “Mestre, nós sabemos que és veraz e não receias ninguém” (Mc 12, 14) (cfr. Karl Adam, Jesus Cristo).

Sigamos os passos do nosso Mestre e façamos o maior bem possível para as almas imortais.

Quem deixa de realizar o bem por causa das perseguições, obstáculos, dificuldades e ingratidões, não merece ser chamado de cristão.

Não sejamos caniços* que se curvam com o sopro do vento; mas sim, madeira de lei** que suporta as mais furiosas tempestades sem se dobrar.

Avante! O céu é a pátria dos fortes, valentes e corajosos.

Eu vos abençôo e vos guardo no Coração de Maria Santíssima.

Com gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.