Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

Circular para os (as) missionários (as) colaboradores (as)

 

 

CIDADE MISSIONÁRIA DO SANTÍSSIMO CRUCIFIXO – ANÁPOLIS – GO

 

Circular n° 05 –18 -11-2012

 

Caríssimos (as) missionários (as) colaboradores (as), jamais sintam vergonha e medo de trabalharem para a glória de Deus e pelo bem das almas... mesmo que seja preciso enfrentar todos os obstáculos, dificuldades e ameaças pelo caminho; lembrando-se com frequência de que a vida de Jesus Cristo foi um mar de sofrimentos e que o mesmo não abandona os seus amigos fiéis, valentes e dedicados: “De Cristo nos vem o nome de cristãos... não deveremos então seguir o caminho que Cristo seguiu?” (São Bernardo de Claraval).

 

Não basta ser católico só de nome... de aparência... de rótulo, mas é preciso percorrer o caminho da cruz e realizar o bem sem jamais desanimar... dando bom exemplo e edificando a todos com o comportamento: “O ser cristão é coisa que deve ser grande e não só ter aparência disso” (São Jerônimo), e: “Embora na terra, o cristão deve ser como que do céu” (São Gregório Magno), e também: “Seremos cristãos se formos imitadores de Cristo” (São Cipriano), e ainda: “O cristão é um outro Cristo” (Tertuliano).

Prezados (as), dizer ser seguidor (a) de Jesus Cristo e viver no comodismo é uma contradição monstruosa. É triste e vergonhoso ver milhões de católicos vivendo na “poltronice”, no comodismo, na indiferença e no relaxamento, enquanto que a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo foi cheia de provações, perseguições, sofrimentos e ameaças: “O profeta Isaías chama a Jesus Cristo o homem das dores. E com razão, porquanto a natureza humana de Jesus foi criada expressamente para padecer, e assim desde o berço começou a sofrer as maiores dores que os homens jamais têm sofrido. Para o primeiro homem, Adão, houve um tempo em que gozava as delícias do paraíso terrestre; mas o segundo Adão, Jesus Cristo, não teve nem sequer um instante de vida que não fosse cheio de aflições e agonias. Desde o berço afligiu-o a dolorosa previsão de todas as penas e ignomínias que deveria padecer no correr de sua vida e particularmente na hora de sua morte, quando deveria terminar a vida como que submergido num oceano de dores e de opróbrios, assim como o predisse Davi: ‘Cheguei ao alto mar e a tempestade me submergiu’ (Sl 68, 3). Desde o seio de Maria, Jesus Cristo aceitou obediente a ordem de seu Pai acerca da sua paixão e morte. De sorte que já antes de nascer previu os açoites e apresentou seu corpo para os receber, previu os espinhos e apresentou-lhes a cabeça, previu as bofetadas, e apresentou-lhes as faces, previu os cravos e apresentou-lhes as mãos e os pés, previu a cruz e apresentou a sua vida. Daí é que o nosso Redentor, desde a primeira infância e a cada instante da sua vida, padeceu um contínuo martírio, e a cada instante oferecia esse martírio por nós ao Pai Eterno. Mas, o que mais O atormentou, foi a vista dos pecados que os homens haviam de cometer, mesmo depois da sua tão dolorosa Redenção. Na luz divina conhecia Jesus perfeitamente a malícia de cada pecado e veio ao mundo exatamente para tirar os pecados; mas ao ver em seguida o número tão grande de pecados que ainda iam ser cometidos, a angústia que o Coração de Jesus sofreu, foi maior do que a que tem sofrido ou ainda sofrerão todos os homens da terra” (Santo Afonso Maria de Ligório).

Não se pode viver na indiferença vendo tantas almas se perdendo e os inimigos “mordendo” raivosamente a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, a ÚNICA ESPOSA de Cristo Jesus: “Recuar diante do inimigo, ou calar-se, quando de toda parte se ergue tanto alarido contra a verdade, é próprio de homem covarde ou de quem vacila no fundamento de sua crença. Qualquer destas coisas é vergonhosa em si; é injuriosa a Deus; é incompatível com a salvação tanto dos indivíduos como da sociedade e só é vantajosa aos inimigos da fé” (Leão XIII, Sapientiae Christianae, 18).

No ORIENTE, os muçulmanos, os judeus, os hinduístas, os budistas, os comunistas e outros perseguem terrivelmente a Igreja Católica.

No OCIDENTE, os protestantes, os espíritas, os maçons e outros guerreiam contra a Santa Igreja.

Enquanto isso, a maioria dos católicos fica como que espectadores mudos e acomodados, vivendo na indiferença e correndo atrás das coisas caducas da terra e não se preocupam em defender a Igreja fundada por Jesus Cristo. Que desastre!

O Santo Padre Bento XVI está muito preocupado com as perseguições contra os católicos: Sigo com profunda preocupação as notícias que provêm da Nigéria, onde continuam os atentados terroristas dirigidos, sobretudo, contra os fiéis cristãos. Enquanto elevo minha oração pelas vítimas e por aqueles que sofrem, faço um apelo aos responsáveis pela violência, a fim de que cessem imediatamente o derramamento de sangue de tantos inocentes”, e: “Recebi com profunda tristeza a notícia dos atentados que novamente este ano, no dia do Nascimento de Jesus, levaram luto e dor a algumas igrejas da Nigéria. Gostaria de manifestar minha sincera e carinhosa presença junto à comunidade cristã e a todos os que foram atingidos por este absurdo gesto; e convido a rezarem ao Senhor pelas inúmeras vítimas”.

Não basta perdoar e rezar pela conversão dos assassinos, mas é preciso que cada católico seja luz e missionário zeloso e fervoroso no lugar onde vive. Se cada católico vivesse santamente, os inimigos se curvariam e se converteriam, como escreve São João Crisóstomo: “Cristo deixou-nos na terra a fim de que nos tornássemos faróis que iluminam, doutores que ensinam; a fim de que cumpríssemos o nosso dever de fermento; a fim de que nos comportássemos como anjos, como anunciadores entre os homens; a fim de que fôssemos adultos entre os menores, homens espirituais entre os carnais a fim de os ganharmos; a fim de que fôssemos semente e déssemos frutos numerosos. Nem sequer seria necessário expor a doutrina, se a nossa vida fosse irradiante a esse ponto; não seria necessário recorrer às palavras, se as nossas obras dessem um tal testemunho. Não haveria mais nenhum pagão, se nos comportássemos como verdadeiros cristãos”.

Mas, infelizmente, não é assim! Milhões de católicos vivem como pagãos... como rebeldes contra a luz e o bem... pisam no Sangue de Cristo Jesus e cospem contra o céu... escancaram a boca contra a verdade e se curvam diante da mentira... seguem as máximas do mundo e volta as costas contra o Evangelho. Vivendo assim, tornam grandes e furiosos inimigos da Santa Igreja Católica Apostólica Romana: “Quando os pagãos escutam da nossa boca os pensamentos de Deus, admiram a sua beleza e grandeza; mas, depois, quando percebem que as nossas obras não correspondem às nossas palavras, então mudam de ideia e começam a blasfemar dizendo que o cristianismo é somente um mito e um engano” (São Clemente Romano, 2ª carta aos Coríntios, 13), e: “Jesus diz que devemos antes fazer e depois ensinar a fazer; ele coloca a prática do bem antes do ensino, mostrando que poderemos ensinar com proveito somente se antes pusermos em prática tudo o que ensinamos, e jamais fazer o contrário. Em outra ocasião Jesus dirá: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Aquele que é incapaz de orientar bem a sua vida e procura educar os outros, corre o perigo de ser ridicularizado por muitos; aliás, nem sequer poderá ensinar porque as suas ações testemunharão o contrário das suas palavras” (São João Crisóstomo, Comentário sobre o Evangelho de São Mateus), e também: “As suas palavras permanecem em nós quando fazemos tudo o que nos ordenou e desejamos o que nos prometeu; no entanto, quando as suas palavras permanecem em nossa memória, mas em nossa vida e nos nossos hábitos não se encontra nenhum sinal delas, então o ramo já não faz parte da videira porque não absorve mais a vida da sua raiz” (Santo Agostinho, Comentário sobre o Evangelho de São João).

Estimados (as), sejamos enérgicos no bem e apaixonados por Deus. Não vivamos nesse mundo como pessoas desocupadas, indiferentes, preguiçosas, irresponsáveis, tíbias, frias, interesseiras, covardes, medrosas e amantes da vida fácil; mas, com o coração ardente, consumamo-nos pelo Deus que nos criou e que pedirá contas de cada graça jogada fora: “Àquele a quem muito se deu, muito será pedido, e a quem muito se houver confiado, mais será reclamado” (Lc 12, 48).

Se a vida do nosso Salvador não nos fascinar, não nos atrair irresistivelmente e não nos encantar... o que nos fascinará? O mundo e suas máximas, o demônio e a carne? Acordemos enquanto é tempo!

Rezemos pelo despertar de milhões de católicos que vivem adormecidos nos “braços” do mundo inimigo de Deus e das almas: “Ó tu, que dormes, desperta e levanta-te de entre os mortos, que Cristo te iluminará” (Ef 5, 14).

Eu vos abençôo e vos guardo no Sacratíssimo Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade.

Com respeito,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.