Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

Carta 66

 

Anápolis, 31 de outubro de 2013

 

À Andréia Silva de Moraes

Taguatinga – DF

 

Estimada, reze o Santo Rosário todos os dias e seja devota de Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa.

Maria Virgem não sentiu as dores do parto.

Num sermão atribuído a Santo Agostinho, ele se dirige assim à Virgem Mãe: “Nem a concepção lesou o teu pudor, nem deste à luz com dores”.

As dores da parturiente são causadas pela abertura dos condutos por onde sai a criança. Mas Cristo saiu do seio materno, que permaneceu fechado; lá não houve nenhuma abertura dos condutos. Por isso, nesse parto não houve dor alguma, nem deterioração; houve, sim, a maior alegria, porque nasceu para o mundo o homem Deus, como diz Isaías: “Que a terra se cubra de flores dos campos, que ela exulte e grite de alegria”.

A dor do parto na mulher é consequência da união carnal com o homem. Por isso, o Gênesis, depois de dizer “é com dor que hás de gerar filhos”, acrescenta “e o homem te dominará”. Mas, como diz Santo Agostinho, a Virgem mãe de Deus fica excluída desta afirmação: “Porque recebeu a Cristo sem a impureza do pecado e sem rebaixamento da união carnal com o homem, e por isso deu à luz sem dor, sem dano de sua integridade, permanecendo íntegra no pudor da virgindade”. Quanto a Cristo, sofreu a morte voluntariamente, para satisfazer por nós e não como algo necessariamente decorrente daquela sentença, pois ele mesmo não estava obrigado a morrer.

Como Cristo morrendo destruiu a nossa morte, assim, pela sua dor, nos libertou de nossas dores; por isso quis morrer sofrendo dores. Mas a dor da mãe que dava à luz não concernia a Cristo que vinha satisfazer por nossos pecados. Por isso não convinha que sua mãe desse à luz com dor.

O Evangelho de São Lucas diz que a própria Bem-aventurada Virgem “envolveu em faixas e deitou numa manjedoura” o menino que dera à luz. O que mostra que é falsa a narração do Protoevangelho de Tiago, que é um livro apócrifo. Por isso diz São Jerônimo: “Lá não houve mediação de nenhuma parteira, nem a diligência das comadres; foi mãe e parteira, envolveu o menino em faixas e o deitou numa manjedoura. Esta frase denuncia o delírio dos apócrifos” (cfr. Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, Volume VIII).

Foi exemplar a sua participação no Santo Retiro nos dias 26 e 27 de outubro. Seja diligente convidando muitas pessoas para o Retiro de dezembro.

Eu te abençôo e te guardo no Coração de Maria Virgem.

Com gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.