Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

Carta 67

 

Anápolis, 31 de outubro de 2013

 

À senhora Rita Santana de Faria

Cocalzinho – GO

 

Caríssima, ame a Jesus Cristo de todo o coração e imite o seu exemplo.

Será que Jesus Cristo aprendeu alguma coisa dos homens?

No texto do profeta Isaías diz: “Eis, eu o dei como testemunha para as nações, chefe e preceptor para as gentes”. Ora, ao preceptor não compete ser ensinado, mas ensinar. Logo, Cristo não recebeu ciência alguma pela doutrina de homem algum.

Em qualquer gênero, o que primeiro move não é movido por aquela espécie de movimento, como o primeiro que produz alteração não é alterado. Ora, Cristo foi constituído cabeça da Igreja e, mais ainda, de todos os homens... de sorte que todos os homens recebessem dele não apenas a graça, mas também a doutrina da verdade. Por isso diz no Evangelho de São João: “Eu nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade”. Logo, não foi conveniente à sua dignidade que fosse ensinado por qualquer homem.

Diz Orígenes: “O Senhor interrogava não para aprender algo, mas para que, sendo interrogado, ensinasse. De uma só fonte da doutrina promana (brota) o interrogar e o responder com sabedoria”. Eis por que se acrescenta no Evangelho: “Todos os que o ouviam se admiravam de sua prudência e de suas respostas”.

Aquele que aprende do homem não recebe imediatamente a ciência das espécies inteligíveis que estão na mente de quem ensina, mas por meio das vozes sensíveis que são sinais dos conceitos intelectuais. Como essas vozes formadas pelo homem são sinais de sua ciência intelectual, assim as criaturas criadas por Deus são sinais de sua sabedoria. Daí, se dizer no livro do Eclesiástico: “Deus derramou sua sabedoria sobre todas as suas obras”. Assim como é mais digno ser ensinado por Deus do que pelo homem, assim é mais digno receber a ciência das coisas sensíveis do que do ensinamento humano.

Jesus progredia na ciência experimental bem como em idade. Mas, como se requer uma idade oportuna para que o homem receba a ciência por meio da descoberta, assim também se requer para que a receba por meio do aprendizado. Ora, o Senhor nada fez que não conviesse à sua idade. Por isso, não prestou ouvidos aos discursos da ciência senão no tempo em que poderia também, pelo caminho da experiência, atingir o mesmo grau de ciência. Daí, a palavra de São Gregório: “Aos doze anos de idade, dignou-se interrogar os homens na terra porque, conforme o uso da razão, não distribuiu as palavras da doutrina senão na idade perfeita” (cfr. Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, Volume VIII).

Parabéns pela sua participação no Santo Retiro nos dias 26 e 27 de outubro. Seja missionária convidando muitas pessoas para o Retiro de dezembro.

Eu te abençôo e te guardo no Coração de Maria Virgem.

Com gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.