Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

Carta 68

 

Anápolis, 31 de outubro de 2013

 

Ao jovem Wismar Gontijo

Goiânia – GO

 

Prezado, seja devoto do seu anjo da guarda e peça-lhe a proteção todos os dias.

Os homens são guardados por anjos.

No Salmo 91, 11 diz: “Ele ordenou a seus anjos guardar-te em todos os teus caminhos”.

Conforme a razão da divina providência, isso se encontra em todas as coisas, a saber, que as coisas móveis e variáveis são movidas e regidas pelas móveis e invariáveis. Assim, todos os seres corporais o são pelas substâncias espirituais imóveis; e os corpos inferiores pelos superiores, substancialmente invariáveis. Nós mesmos nos regulamos por princípios que julgamos invariáveis a respeito de conclusões nas quais podemos opinar diversamente. – Quando se trata de agir é claro que o conhecimento e o sentimento do homem podem variar de muitos modos e assim se afastar do bem. Daí a necessidade de se delegarem anjos para a guarda dos homens, para dirigi-los e movê-los ao bem.

Graças ao livre-arbítrio, o homem pode de algum modo evitar o mal, mas não suficientemente, pois sua afeição para o bem é enfraquecida por causa das muitas paixões da alma. Assim também o conhecimento universal da lei natural que o homem tem naturalmente, de certo modo o orienta para o bem, mas não suficientemente. De fato, ao aplicar os princípios universais do direito aos casos particulares, engana-se de muitas maneiras. Por isso diz o livro da Sabedoria: “Os pensamentos dos mortais são tímidos, incertas nossas providências”. Portanto, o homem necessita da guarda dos anjos.

Duas são as condições para se agir bem: primeiro, que o afeto se incline ao fim; isso faz em nós o hábito da virtude moral. Segundo, que a razão encontra os caminhos convenientes para realizar o bem da virtude; e isso o Filósofo atribui à prudência. Ora, quanto à primeira, Deus guarda imediatamente o homem infundindo a graça e as virtudes. Mas, quanto à segunda, Deus guarda o homem como mestre universal, cuja instrução chega ao homem pelo serviço dos anjos.

Assim como os homens se desviam da natural inclinação para o bem por causa da paixão do pecado, assim também se desviam das sugestões dos anjos bons, dadas invisivelmente ao iluminá-los para agir bem. Se, pois, os homens se perdem, isso não deve ser imputado à negligência dos anjos, mas à maldade humana. – Que alguma vez apareçam visivelmente aos homens fora da lei comum, isso é por especial graça de Deus; como também que se façam milagres fora da lei da natureza (cfr. Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, Volume II).

Foi edificante a sua participação no Santo Retiro nos dias 26 e 27 de outubro. Seja zeloso convidando muitas pessoas para o Retiro de dezembro.

Eu te abençôo e te guardo no Coração de Maria Virgem.

Com gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.