Anápolis, 31 de outubro
de 2013
Ao jovem Adalmir Pereira
Fontes
Pirenópolis – GO
Prezado, São
João Crisóstomo diz que “o demônio não dá folga para
o homem”.
Tentar
é próprio do diabo.
Na primeira Carta aos
Tessalonicenses diz: “Não vos
tenha tentado o que tenta”. E a Glosa:
“Isto é, o diabo, cuja função é
tentar”.
Tentar, propriamente, é
experimentar alguma coisa. Experimenta-se para aprender
algo a seu respeito. Por isso, o fim próximo do que
tenta é a ciência. Às vezes, porém, procura-se um outro
fim, além da ciência, bom ou mau. O fim é bom quando se
quer saber como alguém está na ciência ou na virtude,
para ajudá-lo. O fim é mau quando se quer saber disso
para enganá-lo ou fazê-lo decair.
Desse modo, pode-se
entender como tentar é atribuído a diversos de muitas
maneiras. Com efeito, diz-se que o homem tenta, às vezes
somente para saber. Diz-se que tentar Deus é um pecado,
porque o homem, na dúvida, presume experimentar o poder
de Deus. Outras vezes o homem tenta para ajudar, outras
ainda para prejudicar. – Quanto ao diabo, sempre tenta
para prejudicar, impelindo ao pecado. Sob esse aspecto,
diz-se que sua função própria é tentar. Com efeito, se o
homem, por vezes, tenta da mesma forma, ele o faz como
servo do diabo. – Quanto a Deus, diz-se que tenta para
saber, no sentido de que se diz saber o que faz que os
outros saibam. Por isso, diz o livro do Deuteronômio:
“O Senhor, vosso Deus, vos
tenta, para que se manifeste se o amais”. – A
carne e o mundo se dizem que tentam, de modo
instrumental ou material, no sentido de que se pode
conhecer quem seja o homem pelo modo como cede às
concupiscências da carne ou a elas resiste, ou ainda
pelo modo como despreza os sucessos ou mesmo as
adversidades do mundo. De tudo isso se serve também o
demônio para tentar.
Os demônios sabem o que
acontece no exterior dos homens. A condição interior,
porém, só é conhecida por Deus, pois ele é quem pesa os
corações, segundo o livro dos Provérbios. É o interior
que torna os homens mais inclinados a um vício que a
outro. Por isso o diabo tenta explorando a condição
interior do homem para tentá-lo no vício para o qual
está mais inclinado.
Embora o demônio não possa
agir sobre a vontade, pode, contudo, agir de algum modo
sobre as forças inferiores do homem. Estas, embora não
forcem a vontade, podem incliná-las (cfr. Santo Tomás
de Aquino, Suma Teológica, Volume II).
Foi edificante a sua
participação no Santo Retiro nos dias 26 e 27 de
outubro. Seja zeloso convidando muitas pessoas para o
Retiro de dezembro.
Eu te abençôo e te guardo
no Coração de Maria Virgem.
Com gratidão,
Pe. Divino Antônio Lopes
FP.
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