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						Anápolis, 31 de outubro 
						de 2013 
						  
						
						À senhora Lourdes da 
						Costa Freire 
						
						Anápolis – GO 
						  
						
						Caríssima, os anjos 
						inferiores falam com os superiores. 
						
						Os anjos 
						inferiores podem falar com os superiores. E, para 
						evidenciá-lo, devemos considerar que, nos anjos, toda 
						iluminação é locução, mas nem toda locução é iluminação. 
						Pois, o falar de um anjo não é senão fazer com que, por 
						vontade própria, o seu conceito seja conhecido de outro. 
						Ora, o que a mente concebe pode se referir a um duplo 
						princípio: a Deus mesmo, verdade primeira; e à vontade 
						de quem intelige, pela qual um objeto é considerado em 
						ato. Ora, como a verdade é a luz do intelecto, e a regra 
						de toda verdade é o próprio Deus, a manifestação do que 
						é concebido pela mente, é, no que depende da verdade 
						primeira, tanto locução como iluminação; assim, p. ex., 
						se um homem disser a outro, que o céu foi criado por 
						Deus, ou o homem é um animal. Porém a 
						manifestação do que depende da vontade de quem intelige 
						não pode se chamar iluminação, mas somente locução; 
						assim, p. ex., se alguém disser a outrem: quero 
						aprender isto, quero fazer isto ou aquilo. E a razão 
						é que a vontade criada não é luz, nem regra da verdade, 
						mas participante da luz. Por onde, comunicar o que 
						depende da vontade criada, como tal, não é iluminar. 
						Pois, constitui a perfeição do meu intelecto, não, 
						conhecer o que tu queres ou inteliges, mas somente o que 
						se encerra na verdade da causa 
						
						É, pois, 
						manifesto que os anjos são considerados superiores ou 
						inferiores por comparação ao princípio, que é Deus. Por 
						onde, a iluminação, dependente desse princípio, desce 
						aos anjos inferiores por meio dos superiores. Ao passo 
						que, em relação ao princípio, que é a vontade, o ser 
						mesmo que quer é primeiro e supremo. E por isso, a 
						manifestação do que depende da vontade comunica-se a 
						outrem por meio do indivíduo mesmo que quer. E deste 
						modo, tanto os anjos superiores falam com os inferiores, 
						como estes com aqueles. 
						
						Toda locução 
						dos anjos com Deus é iluminação; porque, como a vontade 
						de Deus é a regra da verdade, mesmo saber o que Deus 
						quer pertence à perfeição e à iluminação da mente 
						criada. Mas, como já se disse, o mesmo não se dá com a 
						vontade do anjo  
						(cfr. Santo Tomás de 
						Aquino, Suma Teológica, Volume II). 
						
						Parabéns pela sua 
						participação no Santo Retiro nos dias 26 e 27 de 
						outubro. Seja missionária convidando muitas pessoas para 
						o Retiro de dezembro. 
						
						Eu te abençôo e te guardo 
						no Coração de Maria Virgem. 
						
						Com gratidão, 
						  
						
						Pe. Divino Antônio Lopes 
						FP. 
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