Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

Carta 84

 

Anápolis, 31 de outubro de 2013

 

Ao jovem José Lima da Silva

Anápolis – GO

 

Estimado, a distância local não tem influência na locução angélica.

O rico, posto no inferno clamava a Abraão, diz a Escritura (Lc 16, 24), sem que lho impedisse a distância local. Logo, com maioria de razão, a distância local não pode impedir que um anjo fale com outro.

A locução do anjo consiste nu­ma operação intelectual. Ora, tal operação, no anjo, é abs­trata do lugar e do tempo. Pois, mesmo a nos­sa operação intelectual se dá pela abstração das circunstâncias de lugar e de tempo, exceto por acidente, por parte dos fantasmas, que de ne­nhum modo existem nos anjos. Por ser, pois, a operação intelectual deles absolutamente abstrata do lugar e do tempo, nada opera sobre ela nem a diversidade deste, nem a distância local. Por onde, esta não traz nenhum impedimento à locução angélica.

A locução angélica é interior; percebida, todavia, por outro anjo. Logo, está no anjo que fala e, por conseguinte, onde está esse anjo. Mas, como a distância local não impede que um anjo possa ver outro, assim, também não impede que um perceba, em outro, o que, neste, está ordenado para aquele; e isso é perceber um a locução do outro.

O referido clamor não é voz corpórea, necessitado pela distância local; mas significa a grandeza da coisa dita, ou a grandeza do efeito, conforme explica Gregó­rio: cada um tanto menos clama quanto menos deseja (cfr. Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, Volume II).

Foi exemplar a sua participação no Santo Retiro nos dias 26 e 27 de outubro. Seja diligente convidando muitas pessoas para o Retiro de dezembro.

Eu te abençôo e te guardo no Coração de Maria Virgem.

Com gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.