Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

Carta 92

 

Anápolis, 31 de outubro de 2013

 

À senhora Antônia Maria Soares Silva

Anápolis – GO

 

Prezada, as ordens angélicas permanecerão depois do dia do juízo.

Diz a Escritura: as estrelas, permanecendo na sua ordem e no seu curso o que é explicado como referente aos an­jos. Logo, estes sempre permanecerão nas suas funções.

Nas ordens angélicas, duas cau­sas se podem considerar: a distinção dos graus e o exercício das funções. — A distinção dos graus nos anjos se funda na diferença da natureza e da graça; e ambas essas dife­renças permanecerão sempre neles. Pois, não podem ser privados das diferenças das naturezas, a não ser desaparecendo eles. E a diferença da glória sempre neles existirá, fundada na dife­rença do mérito precedente. — Quanto ao exer­cício das funções angélicas, esse, depois do dia do juízo, permanecerá de certo modo e, de ou­tro, cessará. Cessará quanto à condução de certos homens ao fim; permanecerá, porém, no que diz respeito à consecução última do fim. Assim, umas são as funções das ordens militares, na luta, e, outras, no triunfo.

Os Principados e as Potestades deixarão de exis­tir, na referida consumação final, no atinente à condução dos fiéis ao fim; pois, conseguido este, já não é necessário tender para ele. E esta ra­zão se deduz das palavras do Apóstolo: Quando tiver entregado o reino a Deus e ao Pai, isto é, quando levar os fiéis à fruição mesma de Deus.

As ações de uns an­jos sobre outros devem-se considerar relativa­mente à semelhança dos nossos atos inteligíveis. Ora, há em nós muitos atos inteligíveis ordena­dos pela ordem da causa em relação ao causado; assim, quando por muitos meios chegamos gradualmente a uma conclusão. Ora, é manifesto que o conhecimento da conclusão depende de todos os meios precedentes, não só quanto à aquisição de nova ciência, mas também quanto à conservação desta. E a prova é que, se a alguém esquecer algum dos meios precedentes, poderá ter opinião ou fé, quanto à conclusão, mas não ciência, desde que é ignorada a ordem das cau­sas. E, portanto, como os anjos inferiores co­nhecem as razões das obras divinas pela luz dos superiores, desta luz depende o conhecimento deles, não só quanto à aquisição da nova ciên­cia, mas também quanto à conservação desta. Por onde, embora depois do juízo, os anjos infe­riores não mais progridam em nenhum conhe­cimento, contudo nem por isso deles se exclui a iluminação dos superiores.

Embora depois do dia do juízo, os homens não precisem mais ser levados à salvação pelo ministério dos anjos, con­tudo, aqueles que já o conseguiram terão algu­ma iluminação por ofício deles (cfr. Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, Volume II).

Foi edificante a sua participação no Santo Retiro nos dias 26 e 27 de outubro. Seja zelosa convidando muitas pessoas para o Retiro de dezembro.

Eu te abençôo e te guardo no Coração de Maria Virgem.

Com gratidão,

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.