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						Anápolis, 31 de outubro 
						de 2013 
						  
						
						Ao Marcos Antônio 
						
						Anápolis – GO 
						  
						
						Estimado,
						
						será que os homens serão transferidos às ordens dos 
						anjos?
						
						Diz o Senhor, 
						falando dos santos: serão como os anjos de Deus no céu. 
						
						As ordens dos 
						anjos distinguem-se pela condição da natureza e pelos 
						dons da graça. Se, pois, forem elas consideradas sós 
						quanto ao grau da natureza, então de nenhum modo os 
						homens poderão ser transferidos para elas porque 
						permanecerá sempre a distinção das naturezas. Donde, 
						certos, considerando isso, afirmaram que de nenhum modo 
						os homens podem ser transferidos à igualdade angélica; o 
						que é errôneo e repugna à promessa de Cristo: são iguais 
						aos anjos por serem filhos da Ressurreição. Pois, o que 
						procede da natureza é material em relação à ordem; ao 
						passo que o que é completivo é dom da graça, dependente 
						da liberalidade de Deus e não da ordem da natureza. Por 
						onde, por dom da graça, os homens podem merecer glória 
						tão grande que se igualem aos anjos, conforme os graus 
						de cada ordem; e isso é serem os homens transferidos 
						para as ordens dos anjos. 
						
						Outros, 
						porém, dizem que, para as ordens dos anjos serão 
						transferidos, não todos os que se salvam, mas só os 
						virgens ou perfeitos; enquanto que os demais 
						constituirão uma ordem própria, como que conjunta a toda 
						a sociedade dos anjos. — Mas, esta opinião vai contra 
						Agostinho, que diz não haverá duas sociedades, de homens 
						e de anjos, mas uma só; pois, a beatitude de todos 
						consiste em aderir a Deus uno. 
						
						A graça é 
						dada aos anjos em proporção dos dons naturais; o que não 
						se dá com os homens. Onde, assim como os anjos 
						inferiores não podem ser transferidos ao grau natural 
						dos superiores, assim nem ao grau gratuito. Os homens, 
						porém, podem subir ao grau gratuito, mas não, ao 
						natural. 
						
						Os anjos, 
						pela ordem da natureza, são médios entre nós e Deus. 
						Por onde, pela lei comum, por eles são administrados, 
						não só as coisas humanas, mas também todos os seres 
						corpóreos. Porém, os homens santos, mesmo depois desta 
						vida, conservam a mesma natureza nossa. Por onde, pela 
						lei comum, não administram as coisas humanas nem 
						intervêm nos negócios dos vivos, como diz Agostinho. Às 
						vezes, porém, por dispensa especial, a certos santos é 
						concedido, vivos ou mortos, desempenhar esse ofício, 
						quer fazendo milagres, quer afastando os demônios ou 
						fazendo coisas semelhantes, como diz Agostinho. 
						
						Não é errôneo 
						dizer que os homens são transferidos às penas dos 
						demônios; mas, alguns ensinaram erradamente, que os 
						demônios não são mais do que as almas dos defuntos, e 
						isso é o que Crisóstomo reprova  
						(cfr. Santo Tomás de 
						Aquino, Suma Teológica, Volume II). 
						
						Foi exemplar a sua 
						participação no Santo Retiro nos dias 26 e 27 de 
						outubro. Seja diligente convidando muitas pessoas para o 
						Retiro de dezembro. 
						
						Eu te abençôo e te guardo 
						no Coração de Maria Virgem. 
						
						Com gratidão, 
						  
						
						Pe. Divino Antônio Lopes 
						FP. 
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