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						Anápolis, 31 de outubro 
						de 2013 
						  
						
						À adolescente Millena 
						Silva Rodrigues 
						
						Goiânia – GO 
						  
						
						Prezada,
						
						um anjo ilumina outro anjo.
						
						Diz 
						Dionísio: Os anjos da segunda hierarquia são 
						purificados, iluminados e aperfeiçoados pelos da 
						primeira.
						
						Um anjo 
						ilumina outro. E isso se evidencia considerando que a 
						luz, no referente ao intelecto, não é mais do que uma 
						manifestação da verdade conforme a Escritura (Ef 5, 
						13): Tudo o que se manifesta é luz. Por onde, 
						iluminar, não é mais do que transmitir a outrem a 
						manifestação da verdade conhecida; e nesse sentido é que 
						o Apóstolo diz (Ef 3, 8-9): A mim, que sou o 
						mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de 
						manifestar a todos qual seja a comunicação do 
						sacramento escondido, desde os séculos, em Deus. 
						Assim, pois, diz-se que um anjo ilumina outro 
						manifestando-lhe a verdade que conhece. E por isso 
						Dionísio diz: Os teólogos mostram claramente que 
						as ordens inferiores das substâncias celestes são 
						ensinadas, no tocante às operações divinas, pelas mentes 
						supremas. 
						
						Ora, como 
						para a intelecção concorrem dois elementos, que são a 
						virtude intelectiva e a semelhança da coisa inteligida; 
						quanto a esses dois elementos, um anjo pode notificar a 
						outro a verdade conhecida. – Primeiro, fortificando-lhe 
						a virtude intelectiva. Pois, assim como a virtude de um 
						corpo mais imperfeito é corroborada pela situação 
						próxima de outro mais perfeito, aumentando, p. ex., o 
						calor do menos cálido com a presença do mais cálido, 
						assim, a virtude intelectiva de um anjo inferior é 
						corroborada pela conversão, para o mesmo, de um anjo 
						superior. Pois, a ordem da conversão faz, no espiritual 
						o que faz, nas coisas corpóreas, a ordem da proximidade 
						local. – Mas, em segundo lugar, um anjo manifesta a 
						verdade a outro quanto à semelhança da coisa inteligida. 
						Porque o anjo superior alcança o conhecimento da verdade 
						por uma concepção universal, para apreender a qual não é 
						suficiente o intelecto do anjo inferior, pois, a este 
						lhe é conatural apreender a verdade mais 
						particularmente. Por onde, o anjo superior distingue, 
						de certo modo, a verdade que apreende universalmente, 
						de maneira a poder ela ser apreendida pelo inferior, e, 
						assim, lhe propõe a este para que seja conhecida. Assim 
						como, entre nós, os doutores distinguem multiformemente 
						o que apreendem em síntese, acomodando-se à capacidade 
						dos outros. E é o que Dionísio diz: Cada substância 
						intelectual divide e multiplica, com provida virtude, a 
						inteligência uniforme que lhe foi dada por um ser mais 
						divino, conforme a analogia com a substância inferior 
						que eleva para cima. 
						
						Todos os 
						anjos, tanto os superiores como os inferiores, vêem 
						imediatamente a essência de Deus e, a esta luz, um não 
						ensina outro. E é a esta doutrina que o Profeta se 
						refere quando diz: Não ensinará o varão ao seu irmão 
						dizendo: conhece o Senhor. Porque todos me 
						conhecerão, desde o menor até ao maior. Mas, quanto 
						às razões das obras divinas, conhecidas em Deus, como na 
						causa, por certo que Deus as conhece todas, em si mesmo, 
						porque a si mesmo se compreende; ao passo que, dos que 
						vêm a Deus, nele conhecerá mais razões quem mais 
						perfeitamente o vir. Por onde, o anjo superior conhece 
						mais razões das obras divinas, em Deus, do que o 
						inferior e, sobre elas, ilumina a este. E é o que 
						Dionísio significa, afirmando que os anjos são 
						iluminados, quanto às razões das coisas existentes. 
						
						Um anjo não 
						ilumina outro, transmitindo-lhe a luz da natureza, da 
						graça ou da glória, mas corroborando-lhe o lume natural 
						e manifestando-lhe a verdade sobre o que pertence ao 
						estado da natureza, da graça e da glória. 
						
						A mente 
						racional é formada imediatamente por Deus; ou como a 
						imagem, pelo exemplar, porque não foi feita segundo 
						nenhuma outra imagem, a não ser a de Deus; ou como o 
						sujeito pela última forma completiva, porque a mente 
						criada é sempre reputada informe, se não aderir à 
						verdade primeira. Ao passo que as outras iluminações 
						provenientes do homem ou do anjo, são umas como 
						disposições para a última forma  
						(cfr. Santo Tomás de 
						Aquino, Suma Teológica, Volume II). 
						
						Foi edificante a sua 
						participação no Santo Retiro nos dias 26 e 27 de 
						outubro. Seja zelosa convidando muitas pessoas para o 
						Retiro de dezembro. 
						
						Eu te abençôo e te guardo 
						no Coração de Maria Virgem. 
						
						Com gratidão, 
						  
						
						Pe. Divino Antônio Lopes 
						FP. 
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