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						Anápolis, 31 de outubro 
						de 2013 
						  
						
						À Ivone Márcia dos 
						santos Guedes 
						
						Goianira – GO 
						  
						
						Estimada, 
						a criatura corpórea é governada pelos anjos.
						
						Diz 
						Agostinho: todos os corpos são governados pelo espírito 
						racional da vida. E Gregório: neste mundo visível nada 
						pode ser disposto senão pela criatura invisível. 
						
						Tanto nas 
						coisas humanas, como nas naturais, é comum seja o poder 
						particular submetido ao universal e por este regido. Em 
						relação aos anjos, os superiores, que presidem aos 
						inferiores, têm ciência mais universal. Ora, é 
						manifesto, que a virtude de qualquer corpo é mais 
						particular que a da substância espiritual; pois, ao 
						passo que toda forma corpórea é individuada pela matéria 
						e determinada, local e temporalmente, as formas 
						imateriais são absolutas e inteligíveis. Por onde, assim 
						como os anjos inferiores, de formas menos universais, 
						são governados pelos superiores, assim todos os corpos 
						são governados pelos anjos. E isto é ensinado não só 
						pelos santos Doutores, mas também por todos os filósofos 
						que admitem substâncias incorpóreas. 
						
						As coisas 
						corpóreas têm determinados atos que só se exercem quando 
						elas são movidas, porque é próprio do corpo não agir 
						senão pelo movimento. Logo, é necessário seja a criatura 
						corpórea movida pela espiritual. 
						
						A objeção 
						procede, segundo a opinião de Aristóteles, que ensinava 
						serem os corpos celestes movidos pelas substâncias 
						espirituais; e ele procurou determinar o número delas 
						pelo dos movimentos que se verificam nos corpos 
						celestes. Mas não ensinou existirem quaisquer 
						substâncias espirituais com governo imediato sobre os 
						corpos inferiores, a não serem talvez as almas humanas. 
						E isto porque não admitia outras operações nos corpos 
						inferiores, senão as naturais para explicar as quais 
						bastava o movimento dos corpos celestes. Mas nós 
						admitimos que muitas coisas se realizam nos corpos 
						inferiores que escapam aos atos naturais dos corpos. E 
						para explicá-los não bastam as virtudes dos corpos 
						celestes, sendo necessário admitirmos que os anjos 
						tenham governo imediato, não só dos corpos celestes, mas 
						também dos inferiores. 
						
						Os filósofos 
						trataram diversamente das substâncias imateriais. — 
						Assim, para Platão, elas são as razões e as espécies dos 
						corpos sensíveis, sendo umas mais universais que outras. 
						E por isso ensina que essas substâncias têm o governo 
						imediato de todos os corpos sensíveis, correspondendo a 
						diversos corpos diversas substâncias. — Para 
						Aristóteles, porém, elas não são espécies de corpos 
						sensíveis, mas algo de mais elevado e universal. E por 
						isso, não lhes atribuiu o governo imediato de cada um 
						dos corpos, mas só dos agentes universais, que são os 
						corpos celestes. — Avicena enfim seguiu uma via média. 
						Com Platão, admite uma substância espiritual que preside 
						imediatamente à esfera dos corpos ativos e passivos; 
						porque com Platão, admite serem as formas desses 
						sensíveis derivadas das substâncias imateriais. Mas, 
						diferindo de Platão, ensina a existência de uma só 
						substância imaterial que governa todos os corpos 
						inferiores e a que chama Inteligência agente. 
						
						Mas os santos 
						Doutores, de outro lado, ensinam com os Platônicos, que 
						os diversos seres corpóreos são presididos por diversas 
						substâncias corporais. Assim, Agostinho diz: Cada ser 
						visível deste mundo tem uma inteligência que lhe é 
						preposta. Damasceno: O diabo era das virtudes angélicas 
						que presidiam à ordem terrestre. E Orígenes, a propósito 
						daquilo da Escritura — A jumenta vendo o anjo: o 
						mundo precisa de anjos que governem os animais, 
						presidam-lhes ao nascimento, bem como ao crescimento dos 
						rebentos, das plantações e dos demais seres. Mas 
						isto não se funda em que um anjo por natureza seja mais 
						apto a presidir aos animais que as plantas; porque 
						qualquer anjo, ainda mínimo, tem virtude mais alta e 
						universal do que qualquer gênero de corpos; mas, sim, na 
						ordem da divina sabedoria, que prepôs, a coisas 
						diversas, diversos superiores. Daqui, porém, não se 
						segue haja mais de nove ordens de anjos; pois, as ordens 
						se distinguem pelas funções gerais. Por onde, assim 
						como, segundo Gregório, à ordem das Potestades pertence 
						todos os anjos que, propriamente, governam os demônios, 
						assim, à das Virtudes pertencem todos os que governam as 
						coisas puramente corpóreas, e, pelo ministério destes, 
						realizam-se às vezes os milagres  
						(cfr. Santo Tomás de 
						Aquino, Suma Teológica, Volume II). 
						
						Foi exemplar a sua 
						participação no Santo Retiro nos dias 26 e 27 de 
						outubro. Seja diligente convidando muitas pessoas para o 
						Retiro de dezembro. 
						
						Eu te abençôo e te guardo 
						no Coração de Maria Virgem. 
						
						Com gratidão, 
						  
						
						Pe. Divino Antônio Lopes 
						FP. 
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