Ó grande Mãe de meu Senhor, sei que a
ingratidão que há anos tenho usado com Deus e convosco, justamente
merecia que deixásseis de ter cuidado de mim; porque o ingrato é
indigno de benefícios. Mas tenho, Senhora, em grande conceito vossa
bondade; estou certo que ela é muito maior que a minha grande
ingratidão. Continuai, pois, ó refúgio dos pecadores, e não deixeis
de socorrer um miserável, que em vós confia. Ó Mãe de Misericórdia,
dai a mão a um pobre caído, que recorre à vossa piedade a fim de se
poder levantar. Ó Maria, ou defendei-me ou dizei-me quem melhor que
vós me possa defender. Mas onde posso eu achar uma advogada junta a
Deus mais compadecida, ou mais poderosa do que vós, que sois sua
Mãe? Como Mãe do Salvador, nascestes para salvar os pecadores e a
mim fostes dada para minha salvação.
Ó Maria, salvai quem a vós recorre. Eu não
mereço o vosso amor; mas o desejo que tendes de salvar os perdidos
me faz esperá-lo. E amando-me vós, como me perderei? Ó minha Mãe
muito amada, se por vossa intercessão me salvo, como espero, nunca
mais vos serei ingrato.
Compensarei com louvores perpétuos e com todos os afetos da minha
alma o meu passado esquecimento e o amor com que me tendes amado. No
céu, onde vós reinais, e reinais eternamente, sempre cantarei as
vossas misericórdias, e beijarei sempre aquelas vossas amorosas
mãos, que tantas vezes me têm livrado do inferno, quantas eu o tenho
merecido com os meus pecados. Ó Maria, minha libertadora, ó minha
esperança, ó Rainha, ó advogada, ó minha Mãe, eu vos amo, eu vos
quero muito e sempre vos quero amar. Amém. Assim o espero, assim
seja.
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