Ó Virgem sacrossanta, entre todas as criaturas
a maior e a mais sublime, eu vos saúdo, aqui, deste vale de
lágrimas. Infeliz e miserável rebelde que sou, mereço castigos e não
favores, justiça e não misericórdia. Senhora, eu não digo isto,
porque desconfie da vossa piedade. Eu sei que vos gloriais de ser
benigna em proporção de vossa grandeza. Sei que vos alegrais de
vossas riquezas, por fazê-las partilhar aos pecadores. Sei que
quanto mais necessitados são os que a vós recorrem, tanto mais vos
empenhais em protegê-los e salvá-los.
Ó minha Mãe, sois aquela que um dia chorastes
vosso Filho morto por mim. Oferecei, vos rogo, as vossas lágrimas a
Deus, e por elas alcançai uma dor verdadeira dos meus pecados.
Tanto vos afligiram os pecadores, tanto vos
estou eu ainda afligindo com minhas iniqüidades. Obtende-me, ó
Maria, que ao menos de hoje em diante não continue a afligir a vosso
Filho e avós com minhas ingratidões.
E
de que me teriam servido vossas lágrimas, se eu continuasse a ser
ingrato? De que me valeria a vossa misericórdia, se novamente vos
fosse infiel e me condenasse? Não; minha Rainha, não o permitais.
Vós tendes suprido todas as minhas faltas. Vós Alcançais de Deus
tudo o que quereis. Sois sempre propícia a quem vos invoca.
Peço-vos, pois, estas duas graças que espero e quero de vós;
obtende-me que seja fiel a Deus, não o ofendendo mais; e que o ame
todo o resto de minha vida, tanto quanto o tenho ofendido.
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