Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

Onde nasceu, viveu e morreu

 

 

 

França

 

Nome Oficial: República Francesa

Área: 550.000 Km2

População: 58.300.000 hab.

Gentílico: Francês

Idioma: Francês (Oficial)

Localização: Centro-Oeste da Europa

Principais cidades: Paris, Marceille, Lyon, Toulose, Bordeaux, Nice e Lille.

Moeda: Euro

Religião: Católica Romana

 

 

 

 

 

Nasceu em La Potiére, aldeia do povoado de Cuet, Departamento de Ain (França), no dia 12 de julho de 1803. Era o quinto filho dos oito que teve a família composta pelos humildes agricultores, Francisco Chanel e Maria Ana Sibellas. Batizado quatro dias depois, na festa de Nossa Senhora do Carmo, com o nome de Pedro, acrescentaria mais tarde os de Luis Maria por ocasião da confirmação; nomes que indicam sua devoção a São Luis Gonzaga e à Santíssima Virgem.

Encarregado aos 7 anos de levar para pastar e cuidar do modesto rebanho da família, seus primeiros ensaios de alfabetização se realizaram nos invernos de 1810 e 1811 na escola mais perto (6 Km) de Saint-Didier d'Aussiat. Os resultados foram escassos, já que o pouco aprendido no inverno se lhe escapava rapidamente durante o cuidado com o rebanho.

A solução lhe veio ao encontrar o abade Trompier, padre do povoado vizinho (4 Km) Cras-sur-Reyssouze, onde, nos dois invernos seguintes, Pedro foi à escola, sob a tutela do sacerdote e alojado em casa de uma tia. Quando seu protetor foi nomeado, em 1815, pároco de Monsols (nas montanhas do Beaujolais), lhe propôs levá-lo e encarregar-se de sua educação, coisa que seus pais aceitaram.

Em Monsols não só fez grandes progressos nas ciências humanas, mas também, como coroinha e acompanhante do padre em missas, visitas aos enfermos, enterros, etc.  Sem notar, Pedro Chanel ia se preparando para o sacerdócio. No ano seguinte, o padre voltando para Cras, já que o clima da montanha havia afetado sua saúde, também voltou com ele o seu jovem protegido, e desta vez, já não alojado com a sua tia, mas sim com o padre igual a Monsols.

Ali foi onde, com a idade de 13 anos e meio, segundo o costume francês da época, fez Pedro a sua primeira comunhão. Era o dia 23 de março de 1817. Tomou como resolução rezar diariamente o rosário, clara manifestação de sua devoção à Santíssima Virgem, que selará mais tarde com a que será sempre sua divisa de apostolado: "Amar a Santíssima Virgem e torná-la amada".

Em julho de 1819, com 16 anos de idade, o padre de Cras, enviou o seu protegido a continuar os seus estudos no seminário menor de Meximieux, onde Pedro se destacou muito rápido como brilhante aluno e como fervente membro da Congregação da Santíssima Virgem, associação em que se agrupavam os melhores. Permaneceu ali até 1823, ano em que terminou de cursar a retórica. Para completar seus estudos de filosofia, deveria retirar-se para o seminário menor de Belley, onde Monsenhor Devie acabava de ser nomeado bispo da nova diocese.

Em outubro de 1824, Pedro Chanel inicia a teologia no seminário maior de Belley que Monsenhor Devie havia instalado no antigo convento dos Agostinianos reformados. Sua ordenação sacerdotal tão desejada, chegaria em 15 de julho de 1827. Em seguida, foi nomeado vigário paroquial de Ambéreu-en-Bugey.

Um de seus primeiros atos como vigário paroquial foi a introdução do mês de Maria. E rapidamente suas atividades pastorais lhe fizeram sonhar com as missões. Mas seu bispo não lhe deu autorização, em 1828 o nomeou pároco de Crozet, pequena população de 800 almas nas montanhas de Jura.

O jovem padre pensou nas crianças. Confiou o ensinamento dos meninos a um jovem instruído e de sólida piedade; e a meninas a uma religiosa, Irmã da Providência de Portieux, ajudada por sua própria irmã, Francisca Maria Chanel, que aspirava à vida religiosa.

Sim! Duro era o apostolado em ambiente protestante, suas múltiplas obras de misericórdia conquistaram todos os corações. Mas a vocação de missionário não se afastava de sua cabeça. Vocação que se firmou ao conhecer o sacerdote Juan Cláudio Colin, que dirigia as missões paroquiais da diocese de Belley com um grupinho de companheiros que se chamavam Maristas. Depois de várias entrevistas, de muita reflexão e oração, e de pertinentes consultas, o Pe. Pedro Chanel manifestou seu desejo de ingressar na Sociedade de Maria, entre cujas missões figurava a evangelização dos infiéis.

Aceitado pelo Pe. Colin, e obtido a permissão do senhor bispo Monsenhor Devie, o primeiro que fez foi assegurar o futuro de sua irmã e colaboradora paroquial, Francisca Maria. Desejosa da vida religiosa, ingressou no convento de Bon-Repos, então, Casa-mãe das Irmãs Maristas, onde professou com o nome de Irmã Santo Domingo.

 

Primeiros ministérios como Marista

 

A Sociedade de Maria inda não estava aprovada canonicamente, e seus dois ministérios até então eram as missões paroquiais e o colégio de Belley, que Monsenhor Devie havia posto sob a direção do Pe. Colin.

À espera do apostolado nas missões entre os infiéis,  foi trabalhar como professor no colégio-seminário menor de Belley (1831). No curso seguinte, outubro de 1832, foi-lhe confiada a direção espiritual do colégio, cargo onde mostrou toda a sua capacidade. Uma de suas principais funções como diretor espiritual era a pregação na capela do colégio. Preparava com minuciosidade todas as instruções, e para afirmar seus frutos, estabeleceu entre os alunos, segundo o modelo de Meximieux, a Congregação da Santíssima Virgem e a dos Santos Anjos. As confissões lhe ocupava igualmente boa parte do tempo, pois numerosos alunos lhe preferiam como confessor.

No intervalo de verão que passou em Belley como diretor espiritual, o Pe. Chanel fez uma viagem a Roma como acompanhante e secretário do fundador Colin, representando o grupo de Belley (o representante do grupo de Lyon foi o Pe. Bourdin).

O objetivo era apresentar ao Papa Gregório XVI o projeto da Sociedade de Maria. Teve, efetivamente a felicidade de uma audiência com o Papa, e de uma peregrinação a santa casa de Loreto.

De regresso a Belley, fez o seu segundo ano como diretor espiritual até o verão de 1834, às vezes oficiava e pregava em numerosos povoados circunvizinhos que o convidavam para suas festas. E como o Pe. Colin desejava ocupar-se plenamente dos assuntos da Sociedade de Maria, conseguiu do Monsenhor Devie que o tirou do cargo de diretor do colégio-seminário menor. Para compensá-lo, foi nomeado como diretor-superior o Pe. Chanel, cargo que exercera até 1836.

 

O Missionário Marista

 

Aprovada oficialmente a Sociedade de Maria por Sua Santidade, ]o Papa Gregório XVI, com o breve "Omnium Gentium Salus" de 29 de abril de 1836,  lhe indicou como campo de evangelização missionária a Oceania Ocidental. Eleito o Pe. Pompallier como Vigário Apostólico, com o título de bispo de Maronea, ficava por encontrar o grupo de missionários acompanhantes. Havendo oferecido várias vezes para tal apostolado, grande foi a alegria do Pe. Chanel ao ser aceito para a primeira partida.

Os grupos de sacerdotes Marista, o de Belley e o de Lyon, se reuniram em Belley no antigo convento dos Capuchinhos, sob a presidência de Monsenhor Devie e de Monsenhor Pompallier, para um retiro espiritual. Eleito o Pe. Juan Cláudio como Superior Geral, os 20 sacerdotes emitem seus votos religiosos na Sociedade de Maria. Era o dia 24 de setembro de 1836, festa de Nossa Senhora das Mercês.

Nomeado o Pe. Chanel como Superior de um grupo de 4 padres e 3 irmãos que partira para as missões, e por Monsenhor Pompallier como seu Pro-vigário Apostólico, se decidiu febrilmente aos preparativos da missão com numerosas visitas. Entre elas, uma visita a Hermitage, casa mãe dos Irmãos Maristas, fundados pelo Pe. Champagnat, professo como ele no dia 24 de setembro na Sociedade, dois de cujos membros eram do número de pioneiros para a Oceania. O santo fundador Marcelino Champagnat havia pedido para ir ele mesmo à missão. O superior da Sociedade de Maria, Juan Cláudio Colin lhe havia respondido: "Sua missão está aqui no Hermitage, à frente do seu instituto de irmãos maristas e na formação de bons irmãos para as missões". Teve que contentar-se pois, em levar sobre seus ombros as pesadass sacolas dos missionários até os veículos de transporte.

O grupo de missionários estava constituído por Monsenhor Pompallier (Marista associado, pois sendo já bispo não podia professar como religioso), os padres maristas: Chanel, Bataillon, Servant e Bret; e os irmãos maristas: Marie-Nizier, Miguel e José Javier (este último é irmão marista coadjutor).

A saída do porto de Havre se deu em 24 de dezembro de 1836 no navio chamado Delphine.

A viagem foi longa e com numerosas peripécias. Em Santa Cruz de Tenerife, tiveram que permanecer 52 dias para reparar a nave danificada. Quando por fim puderam de novo pôr-se ao mar, o Pe. Bret adoeceu com fortes dores de cabeça e violenta febre. Administrado o santo viático e a extrema unção pelo Pe. Chanel, era Domingo de Ramos, o missionário faleceu no dia seguinte, 20 de março de 1837.

Em 28 de junho, ancoraram em Valparaiso (Chile), onde acabava a sua viagem o navio Delphine.Depois de um mês e meio ancorados, os missionários embarcaram em 10 de agosto rumo à Polinèsia, em um navio norte americano chamado Europa. Em Taiti tiveram que trocar novamente de embarcação, uma mísera barca que levava o nome de Raiatea.

 

 

 

Ilha Futuna

 

 

 

 

Área: 274 Km2

População: 14.500 hab.

Localização: Sudeste da Oceania

 

 

 

 

 

 

 

Em Futuna

 

 

Chegados em 01 de novembro de 1837 à Ilha de Wallis (chamada então de Uvea), deixaram ali dois missionários, o Pe. Bataillon e o irmão José Jaxier Luzy: ficava fundada a primeira  missão católica da Oceania ocidental. No sábado, 11 de novembro, faziam escala na Ilha de Futuna. Ali ficaram o Pe. Chanel e o irmão Marie-Nizier. Para o Pe. Chanel seria seu definitivo campo de apostolado e de martírio. O Pe. Servant e o irmão Miguel iriam à Nova Zelândia.

Futuna e Alofi constituem duas pequenas ilhas: a primeira de 40 km de perímetro, e a segunda de 20; um total de 115 km2 . Montanhas vulcânicas de até 750 metros, profundos vales e somente alguns espaços planos à beira mar. Tremores de terra permanentes. Pouca população: apenas mil almas constituiam a grei a evangelizar; todas na ilha maior. Entre os moradores havia duas facções: os Vencedores e os Vencidos, em guerra permanente, ambos com o seu próprio rei: o primeiro em Alo, o segundo em Sigave. Os missionários são acolhidos como hóspedes pelo rei dos Vencedores, Niuliki, em Alo. Mais tarde os instalariam em casas própria em Poi.

No dia 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição, o Pe. Pedro Chanel celebrou sua primeira missa na missão. O dia do Natal, missa solene com assistência curiosa de um pequeno público. Após a missa, com o rosário na mão e rezando, percorreu a ilha, tanto no campo dos Vencedores como no dos Vencidos, conhecendo as pessoas, visitando os enfermos e levando-lhes medicamento. Ao mesmo tempo com dedicação, se pôs a estudar a língua nativa para poder catequizar o mais rápido possível. As crianças enfermas em perigo de morte eram batizadas; a todos colocava o nome de Maria seguido do nome do santo do dia.

 

Oposições e dificuldades

 

Se no princípio os missionários foram bem acolhidos pelo rei Niuliki, à medida que a pregação ia fazendo catecúmenos, as relações se foram esfriando, já que o rei via a sua "religião" ameaçada. Os familiares do rei e o conselho de anciãos começaram a dificultar-lhes o trabalho missionário, começaram por negar-lhes a comida e roubar até a verdura que plantavam. A fome os levou a comer até o cachorro de casa. Não se contentado com a perseguição já promovida, os inimigos lhes roubaram todos os frutos, também as roupas e os objetos. Apenas ficaram com a roupa do corpo.

Chanel e o irmão Marie-Nizier suportaram tudo com paciência e continuaram com o apostolado; os inimigos não contentes com tal procedimento os ameaçavam: "Que sejam assassinados, que desapareça a sua religião"; era o grito que saia da boca dos inimigos. Os missionários ciente de tal ameaça estavam dispostos a sofrerem o martírio, se essa fosse a vontade de Deus. Por medo do rei, as pessoas que simpatizavam com os missionários, não lhes ofereciam ajuda; e os catecúmenos tinham que se reunir secretamente.

O que levou o rei ao ódio total foi a conversão à fé cristã do seu filho mais velho, o mesmo chamava-se Meitala, o que seria mais tarde o seu sucessor. Diante desse acontecimento, o rei mandou que os missionários fossem assassinados. Seu genro Musumusu assumiu o encargo e foi preparando o plano reunindo um grupo de adeptos.  Tudo era feito em segredo para não causar suspeitas aos catecúmenos. Para assegurar um bom resultado, escolheram um dia em que o Pe. Chanel estivesse sozinho.

 

O martírio

 

Esse dia não tardou a chegar. Impedido pela febre e por uma chaga no pé, o Pe. Chanel enviou o irmão Marie-Nizier ao vale dos Vencidos, Sigave, distante três léguas e meia, para visitar um enfermo e batizar as crianças em perigo de morte. Era o dia 27 de abril de 1841. Musumusu, genro do rei Niuliki, e seu bando, apareceram bem cedo na manhã do dia 28 armados com lanças e paus de pontas metálicas.

Se dirigiram primeiro à casa dos catecúmenos que estavam dormindo, os golpearam e os dispersaram. Ao filho do rei, não o encontraram na casa; o procuraram fora dali e o golpearam violentamente, o mesmo fizeram com a sua irmã Flora: tinham carta branca do rei. Em seguida foram à dos missionários em Poi.

Se adianta um dos assassinos e pede remédio ao Pe. Chanel. Enquanto o missionário vai buscá-lo, os inimigos invadem a casa e começam a golpeá-lo. Enfurecido, diz Musumusu: "Que esperam para matá-lo?" O que havia pedido o remédio, agarra então o sacerdote e o empurra com violência; outro do grupo o golpeia com um pau, quebrando-lhe o braço que levantara para se defender. O segundo golpe lhe fere a cabeça do lado esquerdo e sangra abundantemente. Uma lança com ponta de ferro lhe fere o peito, o missionário retorce e cai. Os assassinos estavam mais ávidos de roubar-lhe algo do que obedeceu ao chefe do bando. Furioso, Musumusu não encontrando o pau, salta pela janela e entra no quarto do irmão Marie-Nizier. Ali encontra uma ferramenta escondida debaixo da cama, toma-a e se lança contra o ferido, com um golpe feroz lhe crava o ferro na cabeça e o mártir morre. Musumusu tira a batina do Pe. Chanel e os demais roubam as suas outra vestimentas.

O irmão Marie-Nizier salvou-se milagrosamente. Regressando a Poi, no mesmo dia, 28 de abril, se encontra com um dos assassinos que vem contar-lhe o sucedido e prevenir-lhe para que fuja. Esse assassino veio ao seu encontro, porque havia roubado um porco dos missionários, mas o rei o tomou para si, e para vingar-se do rei, resolveu avisar o irmão do risco que corria, e o acompanhou até o vale dos Vencidos, onde o rei o recebeu, ficando ali por 14 dias, defendido contra as ameaças e tentativas de ataque, até que apareceu um navio norte americano, e o levou, junto com os demais brancos ameaçados à Ilha de Wallis.

Voltemos ao martírio. As mulheres indígenas se mostraram piedosas, entre elas, a esposa e duas filhas do rei assassino. Levaram o copo do mártir, o ungiram com azeite de coco, o envolveram em esteiras e o enterraram num fosso que o próprio rei Niuliki e o genro Musumusu ajudaram a cavar a poucos metros da casa do missionário. A casa dos missionários foi destruída em sinal de triunfo completo e para apagar o rasto de cristianismo, os inimigos diziam: "O sacerdote está morto e a sua religião com ele. Já não temos mais o que temer. Nossa ilha volta a ser feliz".

 

Os frutos do martírio

 

As previsões do rei falharam. Em Futuna voltou a cumprir-se o que foi dito por Tertuliano: "O sangue dos mártires é semente para novos cristãos".

Em 18 de janeiro de 1842, aparecia na ilha a embarcação "Sancta Maria", com o Pe. Viard e o irmão Marie-Nizier. Por precaução, um navio de guerra francês "L' Allier" os acompanhava para ajudá-los em caso de necessidade.

O primeiro passo foi resgatar o corpo do mártir. Transportado à Bahia das ilhas, foi enviado a Sydney em 1850; em 1851 foi transportado para Lyon-França.  Também foi resgatada a sua batina sacerdotal.

Os chefes da ilha animados por alguns presentes se apresentaram ao comandante do navio "L' Allier" e manifestaram o pesar pela morte do Pe. Chanel e diziam: "O padre não fez senão o bem no país;  sempre foi um homem caridoso com todos". Pediram ao irmão Marie-Nizier que ficasse com eles e enviassem um novo padre. Em 29 de maio de 1842, Monsenhor Pompallier trouxe em sua embarcação "Sancta Maria", três padres e dois irmãos. O rei de Wallis, já cristão, foi ao encontro dos chefes de Futuna, todos foram receber os novos missionários, inclusive Musumusu e os demais assassinos. Muitos da ilha pediram o batismo. Depois de 10 dias de preparação, Monsenhor Pompallier batizou e crismou 114 habitantes da ilha.

Para continuar o trabalho missionário, ficaram na ilha com o irmão Marie-Nizier, os padres Roulleaux e Servant. Iniciando pelo batismo das crianças se seguiu o do rei assassino Niuliki, Musumusu e seus cúmplices, entre eles, o jovem Musulamu, que foi batizado com o nome de Soane Malia (Juan Maria), chegaria a ser rei dos Vencedores e o que promoveu a construção da igreja de Poi, dedicada hoje ao Pe. Chanel, com o nome de Nossa Senhora dos Mártires.

Oito meses depois de sua chegada, escrevia o Pe. Roulleaux: "Já temos duas igrejas e oitocentos e quarenta pessoas batizadas. O fervor dos novos cristãos aumenta dia a dia: se sentem felizes com a alegria dos filhos de Deus". Só ficavam entre 200 e 300 catecúmenos para instruir e a preparação de todos os novos cristãos à primeira comunhão.

O santo mártir da Oceania, Pedro Chanel, se havia assim vingado de seus assassinos: convertendo-os e fazendo cristã toda a ilha de Futuna.

 

A caminho dos altares

 

O processo do martírio teve lugar na ilha e concluído em 03 de agosto de 1845. Levada a Roma a causa, foi firmada pelo Papa Pio IX, em 24 de setembro de 1857, e que se dava ao mártir o título de Venerável. A beatificação teve lugar em 17 de novembro de 1889, pelo Papa Leão XIII. E finalmente a canonização em 12 de junho de 1954, pelo Papa Pio XII.

Uma primeira igreja no lugar do martírio, construída de bambu, sob a direção do Pe. Roulleaux e o irmão Marie-Nizier, tinha 25 metros de largura por 10 de comprimento. Foi devorada por um incêndio acidental. Mas os ornamentos sagrados foram salvos.

A magnífica igreja de Nossa Senhora dos Mártires, dedicada hoje a São Pedro Chanel, foi iniciada em 1885, segundo o plano de Monsenhor Lamaze, e concluída pelo Pe. Quiblier juntamente com o povo da ilha. É de forma octogonal e de pedra talhada.Tem 40 pés (medida inglesa de comprimento que se divide em 12 polegadas e equivale aproximadamente a 0, 3048 m) de diâmetro e 60 (pés) de altura, está rodeada por uma varanda que se serve de abrigo para as multidões que não cabem no seu interior. À entrada da igreja está o lugar onde fora sepultado o mártir, uma imagem o representa. No fundo da igreja, no lugar onde fora assassinado, encontra-se uma pedra que os habitantes da ilha a veneram desgastando-a com seus beijos.

Uma urna guarda a lança e o pau que feriram o mártir, e outra conserva a batina e um osso do pé do santo. O cálice, o missal, a alva e o forro do altar que serviram para as missas de São Pedro Chanel, servem ainda hoje, para os mesmos fins nas grandes ocasiões. Sua presença está viva, não somente nesta minúscula ilha perdida no Pacífico, mas em toda a Oceania, onde seu primeiro mártir derramara o sangue para implantar a fé em Cristo Jesus.

 

 

 

Onde estão os seus restos mortais