Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

09 de Abril

 

  São Leopoldo Mandic

 

Apraz-nos apresentar hoje, dia livre de comemorações litúrgicas, um grande apóstolo da reconciliação: São Leopoldo Mandic.

Leopoldo nasceu na Dalmácia, Iugoslávia, em maio de 1866. No batismo recebeu o nome de Bogdan, que significa ‘dado por Deus’, pois foi recebido como um presente pelos piedosos pais porque com ele a família completava o número dos Apóstolos: 12.

Caráter forte e volitivo, embora numa constituição física débil, Leopoldo fez seus estudos primários na aldeia natal. O meio social e religioso da Dalmácia no século passado apresentava chocantes divisões entre católicos e ortodoxos e isso entristecia o espírito delicado e religioso do jovem Bogdan. Aos 16 anos ingressou na Ordem dos Capuchinhos em Üdine, Itália, adotando o nome de Leopoldo. Cursou seus estudos superiores em Pádua e Veneza, onde foi ordenado Padre.

A grande aspiração de Leopoldo era ser missionário, dedicando-se à unidade dos cristãos. Esta voz íntima soava insistente em seu espírito e fez presente aos superiores o chamado divino. Contudo, em vista de sua saúde precária, Leopoldo foi destinado aos serviços pastorais nos conventos capuchinhos. Era a voz da obediência à qual se submeteu com grande espírito de fé. Após 19 anos de sacerdócio fecundo de bem, Leopoldo foi destinado ao convento capuchinho de Pádua onde permaneceu até à morte, tornando-se apóstolo incansável do ministério da reconciliação em favor de dezenas de milhares de penitentes, provindos de todas as partes da Itália.

Pádua é famosa pela basílica onde se conservam os restos mortais de Santo Antônio, e por isso é um centro de numerosas peregrinações. Leopoldo dedicava, em média, doze horas por dia ao ministério da confissão, atendendo os penitentes com paciente bondade, animando-os na fidelidade e amor a Cristo. Ele sonhara em sua juventude ser missionário a percorrer as estradas do Oriente, pregando uma cruzada em favor da unidade da Igreja e eis que a obediência o prende entre quatro paredes de tábuas, sem outros horizontes. Contudo seu espírito divagava pelo mundo a ser conquistado para Deus. Deixou escrito: ‘Sou como um pássaro na gaiola, mas meu coração voa além-mar. Cada alma que entra no meu confessionário é para mim um irmão que vem do Oriente. Conhecendo a grandeza do amor divino para conosco, eis que me ofereço vítima para os irmãos separados do Oriente’.

               O confessionário foi seu campo de apostolado, desgastante, mas grandemente meritório e fecundo; mais do que juiz era pai e médico das almas. No Santuário antoniano de Pádua este ministério durou 33 anos seguidos, sem tomar um só dia de férias ou de descanso. Este regime de vida desafiou sua grácil constituição física; seu alimento era demasiadamente frugal, seu descanso noturno durava só quatro horas e o resto do tempo livre do confessionário era dedicado à vida comunitária na oração e disciplina do convento.

A vida parada e monótona do confessionário dificultava-lhe a digestão e o duro frio do inverno lhe mordia os membros mal nutridos. Todo o sofrimento era oferecido alegremente a Deus pela conversão dos penitentes e dos irmãos separados.

Leopoldo faleceu aos 30 de julho de 1942, consumido pelo zelo e pelas penitências. Seu enterro foi uma apoteose popular. O Papa João Paulo II em 1983 escreveu seu nome no catálogo dos santos, proclamando-o herói do confessionário, modelo dos que se dedicam ao ministério da reconciliação e apóstolo da união dos cristãos.