10 de Abril Bem-Aventurada Madalena de Canossa
Descendente da família que deu nome ao afamado Castelo de Canossa, onde o imperador Henrique IV se penitenciou perante o Papa Gregório VII, Madalena Gabriela de Canossa foi uma mulher sofrida mas de surpreendente atividade caritativa. O melhor elogio desta mulher forte foi feito pelo imperador Napoleão Bonaparte, que chamou Madalena de Canossa de ‘Anjo de Caridade’. Nasceu Madalena no Vêneto, Itália, em 1774. Ficou órfã de pai na idade de cinco anos, e a mãe, querendo passar para segundas núpcias, confiou a menina a pessoas estranhas que a formaram na mais rígida educação francesa. Madalena sentiu muito a ausência do afeto materno, contudo, adaptou-se ao novo ambiente procurando compensação nos estudos e na piedade cristã. De fato, seu coração demonstrou logo marcados pendores para as coisas divinas, cultivando, sobretudo, as obras de caridade em favor dos mais pobres. Jovem linda, inteligente recusou abraçar o estado conjugal e, em seu anseio de cultivar sua vida espiritual mais intensamente, ingressou entre as Irmãs Carmelitas de Corneliano, no Vêneto. Duas vezes foi admitida, mas não conseguiu perseverar; as asas de sua espiritualidade batiam em ritmo diverso do espírito de Santa Teresa, fundadora do Carmelo. Madalena voltou ao seio da família, ocupou-se na vida doméstica, transformando espiritualmente a sua casa numa igreja-convento. Ao chegar à idade de trinta e três anos manifestou-se nela a vocação definitiva, amadurecida na oração e provada nas mortificações. A Europa, no início do século passado, vivia uma época de convulsões políticas e sociais, devastada pelas guerras napoleônicas. Conseqüências imediatas das guerras eram as misérias, os marginalizados, os órfãos, as viúvas e as epidemias a dizimar cada vez mais a população. Neste ambiente de desolação, Madalena sentiu a voz de Deus, o apelo da caridade cristã. Obrigada pela guerra a deixar Verona, Madalena foi para a cidade de Veneza e aí iniciou suas obras de filantropia cristã. Pobres, desabrigados, órfãos, doentes, feridos da guerra, atacados pela peste assoladora, formavam o quadro desolador que exigia dela o máximo de caridade. Ao seu lado, arrastadas pelo seu heróico exemplo, outras jovens e piedosas mulheres deram-se à obra de assistência. Contudo, Madalena, querendo melhor organizar os serviços de caridade, pensou em fundar uma congregação que tomou o nome de ‘Filhas da Caridade’. Esta instituição dedicou-se a todas as obras de caridade conforme a urgência e a emergência exigiam, inclusive, a assistência às jovens abandonadas expostas à difamação. Madalena empenhou todos os seus bens nestas obras assistenciais e educativas. Como todas as obras de Deus, também a Instituição de Madalena foi peneirada pelas provações, mas venceu, sobreviveu, estendeu-se em quase toda a Itália ainda em vida da fundadora e, depois da morte dela, cruzou os confins da Itália e da Europa e, atualmente, conta com 4.500 membros. A Instituição teve a aprovação dos Papas Pio VII e Leão XII. Foram trinta anos de exaustiva dedicação de Madalena de Canossa ao serviço caridoso de aliviar as misérias humanas, sem descuidar de sua vida espiritual interior, que cultivou com afinco e firmeza. Sua morte, que se deu aos 10 de abril de 1835, foi pranteada não apenas pelas irmãs de religião mas pelos milhares de assistidos pelo grande coração de mãe que foi o de Madalena Gabriela de Canossa já de posse do prêmio eterno.
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