Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

19 de Abril

 

Santa Ema

 

Duas são as santas que levam o nome de Ema. Ema de Gusk (Áustria) e Ema de Saxônia (Alemanha). As duas santas viveram no século XI. Estavam casadas e, ficando viúvas com pouca idade, levaram uma vida austera, dedicando-se à oração e às obras de caridade.

Ema de Gusk faleceu no dia 27 de junho de 1054 e é muito venerada na Áustria. Maiores, contudo, foram as notícias transmitidas em relação a Santa Ema de Saxônia, cuja festa ocorre hoje, dia de sua passagem desta vida para a pátria celeste, que se deu no ano 1040.

Ema pertencia a uma nobre família de profunda vivência cristã. Era irmã de São Meginverco, bispo de Paderborn. Muito nova, foi dada como esposa ao conde Ludgero que a deixou viúva poucos anos depois do casamento.

A história narra que viveu mais 40 anos após a morte do marido; recusou novas núpcias, embora, por seu título nobiliárquico e suas prendas de formosura e inteligência, fosse muito procurada.

Ela escolheu a “parte melhor”, conforme o conselho evangélico, embora fosse a mais difícil e sacrificada: dedicar-se inteiramente à oração e servir os pobres em suas necessidades. O apóstolo São Tiago escreveu: “A religião pura e sem mácula aos olhos de Deus é visitar os órfãos e as viúvas em suas aflições e conservar-se puro da corrupção deste mundo”(1,27).

A escolha de Ema não foi fuga perante as responsabilidades familiares, mas uma opção em favor de um serviço mais amplo aos necessitados, em nome de Cristo, que por primeiro nos deixou o exemplo de dar sua vida pela salvação dos homens. Aliás, o apóstolo São Paulo louva a opção das viúvas em dedicar-se unicamente ao Senhor e ao serviço da comunidade eclesial, de tal modo que, nos primeiros séculos do Cristianismo, existia uma espécie de confraria de viúvas que desenvolviam verdadeira diaconia na Igreja.

Ema era herdeira de riquíssimo patrimônio que, após a morte do marido, administrou em benefício dos pobres e das instituições assistenciais. Por ocasião de sua morte ela já não possuía mais nada neste mundo, tendo transferido, através de sua caridade, seus bens ao tesouro do céu, onde, no dizer de Jesus, “as traças e a ferrugem não consomem, nem os ladrões roubam” (Mt 6,20).

“A mulher estéril, diz a Bíblia, será mãe de muitos filhos”. Assim foi Santa Ema. Não tendo filhos, potenciou sua fecundidade espiritual e, por sua generosa caridade, ajudou a muitas criaturas e órfãos a sobreviverem.

Sua viuvez não foi uma saudosa lembrança de tempos idos mas empenho de vida vivida no dia-a-dia, como esposa, embora sem esposo; de mãe, mesmo sem filho própria mulher forte, disponível, generosa, aberta a todas as necessidades do próximo sofredor.

Um cronista alemão, do século XII, dá notícia em sua história eclesiástica de uma nobilíssima senatrix Ema, esposa do conde Ludgero da Saxônia, cujo corpo repousa na Catedral de Bremen. Contudo, no museu de Düsseldorf conserva-se a mão direita de Ema, prodigiosamente intacta, como sinal heráldico de sua heróica generosidade para com os pobres.