05 de agostoDedicação de Santa Maria Maior e Santo Apolinário
A liturgia nos convida hoje a comemorar a Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior, o primeiro tempo mariano construído em Roma. Esta Igreja surgiu no Esquilino, no século IV, mas foi consagrada pelo Papa Sisto III no dia 15 de agosto pouco depois do Concílio de Éfeso (431) em que se definiu a maternidade divina de Maria. Preciosos mosaicos alusivos a Nossa Senhora evidenciam o dogma de sua divina maternidade e fazem desta Igreja, que tem o título de Basílica Maior, um monumento histórico de primeira importância para a devoção do povo romano e de toda a cristandade. Uma lenda surgida na Idade Média, segundo a qual o lugar da construção desta Igreja foi assinalado por uma camada de neve em pleno verão, contribuiu em muito para a difusão de sua comemoração anual sob o título de Nossa Senhora das Neves. Contudo, com a última reforma litúrgica, o título da festa foi mudado para “Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior”.
Santo Apolinário, Bispo e Mártir.
A história nos conserva neste mesmo dia a memória do grande bispo e mártir Santo Apolinário, fundador da Igreja de Ravena, talvez a mais antiga na Itália, depois de Roma. A imortalizar a memória do seu primeiro bispo surgiu no século IV a suntuosa Basílica de Santo Apolinário, que se impõe à admiração dos fiéis. O nome Apolinário, alusivo ao deus Apolo confirma que Apolinário nasceu de uma família pagã e se converteu pela pregação do apóstolo Pedro. Fez parte do clero romano e foi enviado por São Pedro a evangelizar o norte da Itália. Sua obra de evangelização não deve ter sido fácil, se pensarmos no meio social daquele tempo, impregnado de paganismo e costumes quase bárbaros. As prevenções contra o Cristianismo, considerado de origem judaica, nação desprezada pelos romanos, tornavam difícil o diálogo. A própria religião cristã, exigente na moral, exclusivista em sua forma, se opunha à mentalidade sincretista daquele tempo. Apolinário no entanto soube implantar tão firmemente a fé cristã, que a cidade de Ravena se tornou um baluarte do Cristianismo no norte da Itália. É desconhecida a data de sua morte, como de outros pormenores de sua vida. Mas a fama de santo, de mártir e a devoção que granjearam nos primeiros séculos, o fazem um dos varões apostólicos mais venerados na antiguidade. De fato, depois que a Igreja obteve a liberdade religiosa com o Edito de Milão, em 313, Ravena celebrava com grande esplendor a memória de Santo Apolinário no dia 23 de julho. Seu ilustre sucessor na cátedra de Ravena, São Pedro Crisólogo. Doutor da Igreja em 450 celebrava em seus discursos a glória de Apolinário, apresentando-o aos fiéis como maravilhoso exemplo de zelo apostólico, fidelidade a Cristo, coragem nos sofrimentos e torturas suportadas por causa da fé. Comumente é considerado mártir, embora o primeiro título recebido seja de confessor, no sentido que confessou Cristo pela vida e pela morte. Seu culto muito espalhado nos meios bizantinos de Ravena passou para Roma, onde lhe foram erguidas duas igrejas, já nos séculos V e VI; depois passou para a Lombardia, França, Renânia. Suas relíquias são conservadas na Basílica de Santo Apolinário in classe, uma das igrejas mais artísticas, que a antiguidade nos legou.
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