Instituto Missionário dos Filhos da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

21 de agosto

São Pio X

 

Veneramos hoje na liturgia um santo do nosso tempo: São Pio X. Seu nome de batismo era José Sarto. Nasceu na pequena aldeia de Riese, na diocese de Treviso, em 1835. Pertencia a uma família pobre e humilde mas de intensa vivência espiritual. Vendo a inteligência do menino, os pais fizeram de tudo para que cursasse ao menos os estudos ginasiais. Para isso, o pequeno José de 10 a 14 anos devia percorrer todos os dias vários quilômetros com um pedaço de pão no bolso que lhe serviria de almoço e colocando os sapatos só na entrada do colégio. Seu ardente desejo era ser padre e disso seus pais se orgulhavam, facilitando-lhe o caminho, embora com graves sacrifícios.

Formado sacerdote, depois de brilhante êxito nos estudos, José Sarto galgou com lenta ascensão todos os encargos pastorais: vice-vigário numa pequena aldeia; vigário de uma importante paróquia; cônego da catedral de Treviso; bispo da diocese de Mântua; cardeal de Veneza e, por fim, papa!

Sua promoção ascensional foi, sem dúvida, por merecimentos de zelo, dedicação, fidelidade e constituiu uma riqueza incomparável de experiência pastoral. Em 1903, falecia o grande Papa Leão XIII. No conclave para eleição do novo papa, com surpresa geral, o eleito foi o cardeal José Sarto, patriarca de Veneza. Era o sinal certo de uma eleição guiada pelo Espírito Santo! A história diz que ele aceitou a indicação entre lágrimas, porque uns cardeais amigos lhe fizeram notar que “resistir a uma expressa vontade divina seria um grave ônus de consciência!”

Tomando o nome de Pio X, José Sarto continuou no Vaticano sua vida de simplicidade, modéstia e pobreza, como quando simples vigário. Mas sua perspicácia pastoral abalou o mundo. Adotou como lema: “Restaurar todas as coisas em Cristo”. Dois meses após sua eleição, publicou sua primeira encíclica, com o programa do seu pontificado: voltado para pastoral, no incremento da vida eclesiástica e cristã.

“Sua preocupação pastoral levou-o a realizar profundas reformas na liturgia que marcariam um dos grandes progressos da espiritualidade do nosso tempo. Na evolução da piedade cristã, Pio X favoreceu a prática da comunhão diária e da comunhão das crianças. No aspecto doutrinal, sua grande preocupação foi a difusão do relativismo religioso, condenando-o sob o nome de modernismo. Pessoalmente, o traço distintivo de seu caráter e mesmo de sua fisionomia era a bondade. Uma bondade tão pura, tão suave, tão irradiante que se impunha como uma presença física. Certa ocasião, perguntaram os diplomatas ao cardeal secretário de Estado, após uma audiência: “Monsenhor, que tem este homem, o papa, que atrai tanto?”“

São Pio X não foi teólogo mas um pastor dedicado, zeloso, vigilante e, sobretudo, um verdadeiro santo, extremamente devoto. Mas simples e sem ostentação. Prevendo a iminência da Primeira Guerra Mundial que procurou esconjurar de todos os meios, amargurado, veio a falecer no dia 20 de agosto de 1914, com 79 anos de idade. O povo lhe conferiu logo o título de santo, tributando-lhe culto que a Igreja, oficialmente, reconheceu com a canonização, em 1954.

“A lápide do seu sepulcro resume bem sua vida: Pio X, pobre e rico, suave e humilde, de coração forte, lutador em prol dos direitos da Igreja, esforçado na tarefa de restaurar em Cristo todas as coisas”.