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9 de Janeiro
Santo Adriano
Adriano era um nome de nobreza no Império Romano, tanto que um de seus imperadores assim se chamava. Também a Igreja enumera vários papas com esse nome, e o Martirológio Romano nos dá notícias de seis santos de nome Adriano, embora nenhum deles tenha lugar no calendário litúrgico. Para não deixá-los no esquecimento, escolhemos, dentre os vários Adrianos mencionados no martirológio, um deles: Santo Adriano, abade. A história deste santo é um bom indicador da universalidade do Cristianismo: ele nasceu na África, tornou-se monge e abade na Itália, esteve por algum tempo na França e, finalmente, desempenhou preciosa atividade cultural e pastoral na Inglaterra, onde veio a falecer no dia 9 de janeiro de 710. O norte da África contava, nos primeiros séculos da era cristã, com uma Igreja florescente. Quando os árabes, em sua guerra santa de conquista, ameaçaram invadi-lo, Adriano abandonou sua pátria e foi para a Itália. Não se sabe exatamente se ele já era ou tornou-se nessa ocasião monge beneditino; é certo, porém, que graças a seu saber e virtude foi eleito abade do mosteiro de Nerida, perto de Nápoles. O Papa Vitaliano, por volta do ano 670, conhecendo o zelo e a vasta cultura do abade Adriano, pensou em nomeá-lo bispo de Cantuária, na Inglaterra. Adriano, porém, em sua humildade, insistiu com o papa para que nomeasse em seu lugar Teodoro de Tarso, seu colega de vida monástica, dispondo-se a acompanhá-lo à Inglaterra e a ajudá-lo no pastoreio da diocese. O papa assim fez: sagrou Teodoro bispo e enviou, a ele e Adriano, como apóstolos e missionários da nação inglesa. As viagens, naquele tempo, eram demoradas, cansativas e cheias de peripécias. Ao passarem pela França, os dois missionários foram tomados por espiões a serviço do império oriental. Teodoro, exibindo sua nomeação para bispo de Cantuária, pôde continuar a viagem, ao passo que Adriano ficou detido. Mas sua virtude dissipou qualquer dúvida e provou sua inocência. Assim, Adriano conseguiu alcançar Teodoro em Cantuária. Lá chegando, fundou o mosteiro dos apóstolos Pedro e Paulo, que se tornou um grande centro de espiritualidade e de estudos superiores. Adriano foi o braço direito do bispo na organização e administração pastoral da diocese. Forneceu, através dos monges que ia formando no mosteiro, os melhores missionários para a evangelização de toda a Inglaterra. Ao falecer, em 710, Cantuária tinha se tornado, graças a ele, um farol de cultura e espiritualidade para toda a nação inglesa.
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